Três meses após um devastador terremoto atingir a Península de Noto, moradores de Suzu ainda enfrentam a falta de acesso à água encanada. O tremor, que ocorreu no primeiro dia do ano, deixou cerca de 110 mil residências sem água em 16 municípios inicialmente. Apesar dos esforços, mais de 80% dos domicílios em Suzu continuam afetados.
Durante uma coletiva de imprensa no dia 1º de abril, o governador de Ishikawa, Hiroshi Hase, expressou suas desculpas pelo atraso na restauração dos serviços de água, previstos para serem totalmente restabelecidos até o final de março. No entanto, em 2 de abril, foi anunciado que cerca de 6.680 residências em quatro municípios ainda estavam sem acesso à água encanada, sendo 4.250 apenas em Suzu. As autoridades agora estimam que a situação será normalizada até o final de maio.
Os atrasos são atribuídos aos extensos danos sofridos pela estação de purificação de água e pelas tubulações. Comparativamente, a cidade de Wajima, também na Península de Noto, registrou 2,63 pontos de danos por quilômetro em suas tubulações, um número mais alto do que os danos observados em outras áreas afetadas por terremotos no Japão, como Kumamoto em 2016 e Sendai em 2011.
Diante da crise, os residentes de Suzu têm buscado alternativas para suprir suas necessidades básicas de água. O santuário Suzu Hachimangu tornou-se um ponto vital para a comunidade, fornecendo água de seu poço para uso doméstico. Novos poços também foram perfurados na região, alguns gratuitamente pela empresa Me-sai Corp. de Osaka.
Inovações tecnológicas foram introduzidas para diminuir o impacto, como as barracas de banho e as estações de lavagem de mãos fornecidas pela Wota Corp., de Tóquio. Esses dispositivos, equipados com tecnologia de inteligência artificial, reciclam 98% da água utilizada, garantindo sua purificação e reutilização.
Fonte: Asahi
