Um estudo divulgado neste domingo aponta que famílias japonesas podem ter uma economia média de até ¥141 mil por ano, caso o governo decida reduzir a alíquota do imposto sobre consumo. A proposta, defendida por partidos da oposição, está no centro das discussões eleitorais para a Câmara Alta, marcada para este verão.
A estimativa foi feita por Toshihiro Nagahama, economista-chefe do Instituto de Pesquisa Econômica da Dai-ichi Life. Com base nos gastos de uma família de quatro pessoas, onde apenas um dos cônjuges trabalha, o especialista calculou que a redução do imposto de 10% para 5%, como propõe o Partido Democrático para o Povo (DPFP), traria um alívio significativo nas contas do dia a dia. Hoje, este imposto representa cerca de 4,7% da renda disponível dessas famílias, o que equivale a um peso médio de ¥298 mil por ano.
Já outra proposta, apresentada pelo Partido Democrático Constitucional (CDP) em conjunto com o Nippon Ishin no Kai, sugere isentar temporariamente os alimentos da cobrança de imposto, mantendo as outras categorias inalteradas. Nesse cenário, o alívio seria mais modesto, em torno de ¥64 mil por ano para o mesmo tipo de família.
Apesar dos benefícios diretos para os consumidores, ambas as propostas enfrentam obstáculos no campo fiscal. A redução ampla para 5% causaria uma perda de arrecadação estimada em cerca de ¥14 trilhões, enquanto a isenção para alimentos teria impacto menor, mas ainda assim significativo, de aproximadamente ¥5 trilhões. Nagahama considera a proposta focada nos alimentos como mais realista neste momento, por atingir um item básico e pesar menos nas contas públicas.
O estudo também mostra que o efeito dessas medidas varia conforme a renda das famílias. Grupos de baixa renda, compostos em grande parte por idosos, tendem a sentir menos impacto do imposto atual, pois seus gastos estão mais concentrados em itens isentos, como cuidados médicos e produtos essenciais. Em contraste, famílias da classe média com adultos em idade ativa são as que mais sofrem com a cobrança, já que consomem mais itens tributáveis.
Nagahama sugeriu ainda que, no futuro, o governo poderia considerar uma solução híbrida: elevar a alíquota geral para 12%, mas manter a isenção de imposto sobre alimentos. Segundo ele, essa medida poderia equilibrar a arrecadação, gerando um ganho estimado de ¥2,4 trilhões para cada ponto percentual aumentado, ao mesmo tempo em que protegeria o consumo básico da população.
As propostas fazem parte do pacote de promessas eleitorais de partidos de oposição e devem influenciar diretamente o debate político nas próximas semanas. Por outro lado, a decisão final dependerá do resultado das urnas e da disposição do governo em rever a atual estrutura de financiamento da previdência social e dos serviços públicos, que hoje dependem fortemente da arrecadação com o imposto sobre consumo.
Fonte: Yahoo Japan