Os salários reais no Japão registraram queda de 1,8% em abril em comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (6) pelo Ministério do Trabalho. É o quarto mês consecutivo de retração, indicando que os aumentos salariais não estão acompanhando a alta dos preços.
O índice leva em conta a inflação, que naquele mês foi de 4,1%. Os alimentos continuam sendo os maiores vilões, com destaque para o arroz, cujo preço subiu 98,4% em um ano, pressionando o orçamento das famílias.
Apesar da queda, analistas apontam que o pior pode estar perto do fim. A expectativa é de que a inflação desacelere nos próximos meses, principalmente se o iene continuar se valorizando, o que pode reduzir os custos das importações.
Segundo o economista Takahide Kiuchi, do Nomura Research Institute, os efeitos dos reajustes salariais da “ofensiva de primavera” devem começar a aparecer gradualmente. “A queda nos salários reais deve diminuir, mas só deve voltar ao positivo perto do fim do ano”, afirmou em relatório.
Por outro lado, os salários nominais (sem ajuste pela inflação) continuam subindo. Em abril, a média geral foi de ¥302.453, alta de 2,3%, marcando o 40º mês seguido de crescimento. Os salários-base subiram 2,2%, chegando a ¥269.325, no 42º mês de alta.
No entanto, analistas estão cautelosos. A desaceleração no crescimento de salários-base nos meses anteriores levantou dúvidas. Segundo especialistas, a diferença pode ter relação com o ano bissexto em 2024, que influenciou as horas de trabalho e os pagamentos.
Dados ajustados de empresas que também foram avaliadas no ano passado mostram um crescimento de 2,5% nos salários-base em abril, acima dos 2% de fevereiro e 2,1% de março. Mesmo assim, economistas como Koichi Fujishiro, do Dai-ichi Life Research Institute, ainda não veem esse avanço como um sinal claro de recuperação.
Fonte: The Japan News
