O Japão ficou na 118ª posição entre 148 países no Relatório Global sobre Desigualdade de Gênero de 2025, divulgado nesta quinta-feira (12) pelo Fórum Econômico Mundial (WEF). O país manteve a mesma colocação do ano passado, sendo novamente o pior classificado entre os membros do G7.
O levantamento avalia a diferença entre homens e mulheres em quatro áreas: educação, saúde, participação política e participação econômica. A pontuação máxima, que representa igualdade total, é de 100%. O Japão registrou 66,6%, levemente acima dos 66,3% do ano anterior, mas ainda abaixo da média global de 68,8%.
A maior melhora veio na participação econômica das mulheres, que subiu de 56,8% para 61,3%. O avanço foi puxado pelo aumento da presença feminina na força de trabalho, que passou de 54,8% para 55,6%, além de crescimento no número de mulheres em cargos de liderança, como gestoras e legisladoras de 14,6% para 16,1%.
Mesmo com esse progresso, o Japão ocupa apenas a 112ª posição nessa categoria.
Nas áreas de educação e saúde, o país mantém índices próximos à paridade de gênero, com pontuações de 99% e 97%, respectivamente.
O pior desempenho do Japão continua sendo na política. O índice caiu de 11,8% para 8,5%, refletindo a baixa presença de mulheres no alto escalão do governo. A nova equipe do primeiro-ministro Shigeru Ishiba, formada em novembro, conta com apenas duas mulheres entre os ministros — eram cinco na gestão anterior.
Apesar de um número recorde de mulheres eleitas na última eleição da Câmara Baixa em outubro, elas ainda representam apenas 15,7% dos parlamentares.
Em coletiva nesta quinta-feira, o chefe de gabinete Yoshimasa Hayashi reconheceu o problema: “Os esforços do Japão pela igualdade de gênero ainda estão muito atrás de outros países. Precisamos encarar esse resultado com seriedade e humildade”.
Pesquisas feitas pelo governo apontam que as mulheres enfrentam dificuldades para conciliar a vida política com a familiar, além de sofrerem assédio e preconceito.
Entre as medidas mencionadas pelo governo para enfrentar o problema estão treinamentos contra assédio, ampliação do apoio à creche e cuidados com idosos em ambientes públicos.
No cenário global, a Islândia lidera o ranking pelo 16º ano consecutivo, seguida por Finlândia e Noruega. O Paquistão ficou em último lugar. Os Estados Unidos aparecem em 42º lugar (75,6%), enquanto Coreia do Sul (101º) e China (103º) ficaram à frente do Japão.
Segundo o Fórum Econômico Mundial, no ritmo atual, o mundo levará 123 anos para alcançar igualdade total de gênero.
Fonte: Japan Times