O Tribunal Distrital de Tóquio iniciou nesta segunda-feira, 15, um julgamento envolvendo três residentes estrangeiros que estão processando os governos central e local, alegando que a polícia os parou repetidamente devido à sua raça, cor da pele e nacionalidade. Os demandantes buscam uma indenização que ultrapassa os 3 milhões de ienes de cada um dos governos, incluindo as províncias de Tóquio e Aichi.
Os três indivíduos, que possuem diferentes nacionalidades, alegam ter sido frequentemente abordados pela polícia simplesmente devido a características como raça, cor da pele e nacionalidade. Eles argumentam que essas ações são discriminatórias e violam a Constituição japonesa, que preza pela igualdade entre os cidadãos.
Um dos demandantes, natural dos Estados Unidos, expressou no tribunal a injustiça do tratamento que recebe, questionando a perpetuação de tais práticas em uma sociedade que se guia por regras e leis. Os governos acusados pediram ao tribunal que rejeitasse as acusações, defendendo as práticas policiais existentes.
Após a audiência, os demandantes e seus advogados falaram com a imprensa. Zain, um deles, que possui pais paquistaneses mas é cidadão japonês, destacou que o objetivo da ação é promover um melhor relacionamento e cooperação entre as autoridades policiais e os residentes estrangeiros no Japão. Ele expressou esperança de que o julgamento conduza a uma sociedade mais inclusiva e justa.
O problema do perfil racial não é exclusivo do Japão, sendo uma questão global que afeta muitas nações. Recentemente, um comitê das Nações Unidas recomendou a criação de diretrizes claras para evitar que características como raça, cor da pele e origem nacional sejam usadas para selecionar indivíduos para interrogatórios ou investigações policiais.
Fonte: NHK