Mohammed bin Salman, príncipe herdeiro da Arábia Saudita, realizará uma visita oficial ao Japão de 20 a 23 de maio, marcando seu primeiro retorno ao país desde 2019. Durante sua estadia, ele se encontrará com figuras importantes como o imperador Naruhito e o primeiro-ministro Fumio Kishida.
O príncipe herdeiro, conhecido como MBS, e sua comitiva terão um encontro formal e um almoço com o imperador, seguido de discussões bilaterais com Kishida. Segundo Yoshimasa Hayashi, porta-voz do governo japonês, as conversas abordarão temas de cooperação bilateral e questões globais que impactam tanto o Oriente Médio quanto a comunidade internacional.
Relações econômicas
A Arábia Saudita, maior fornecedora de petróleo para o Japão, tem intensificado suas relações econômicas e culturais com o país. Em 2023, o Fundo de Investimento Público saudita tornou-se o maior acionista externo da Nintendo, controlando 8,6% da gigante dos jogos.
Além disso, a Arábia Saudita está ampliando sua presença na indústria de jogos eletrônicos, com investimentos em grandes desenvolvedoras como Activision Blizzard e Electronic Arts. Mohammed bin Salman, conhecido por seu interesse em jogos como “Call of Duty”, liderou uma estratégia de investimento de 38 bilhões de dólares no Savvy Games Group.
Esforços para diversificação econômica
A visita de MBS ao Japão também ressalta os esforços do príncipe herdeiro em promover o programa Visão 2030, que visa diversificar a economia saudita para além do petróleo. Este plano inclui projetos ambiciosos como a organização de uma Copa do Mundo de esportes eletrônicos e a construção de um parque temático inspirado na franquia de mangá “Dragon Ball”.
Contudo, apesar desses avanços, a Arábia Saudita enfrenta críticas internacionais devido a questões de direitos humanos, incluindo a detenção de dissidentes e as circunstâncias em torno do assassinato do jornalista Jamal Khashoggi em 2018. Esses aspectos podem sombrear as discussões durante a visita de MBS, conforme ativistas pressionam por maior responsabilidade e reformas.
Adicionalmente, as empresas japonesas de energia demonstram interesse crescente em colaborar em projetos sauditas de produção de hidrogênio e amoníaco, visando reduzir as emissões de carbono. A dependência do Japão em importações de petróleo, majoritariamente oriundas do Golfo, coloca as relações energéticas como um pilar central nas discussões bilaterais.
Fonte: Japan Times
