Pesquisadores da Universidade de Tóquio anunciaram uma descoberta que pode revolucionar a detecção precoce da doença de Alzheimer. O estudo, liderado pelo professor Takeshi Iwatsubo, revelou que é possível prever com alta precisão o risco de desenvolvimento da doença através de um exame de sangue, identificando uma proteína específica ligada ao Alzheimer.
A pesquisa foi publicada na revista médica Alzheimer’s Research & Therapy e traz novas esperanças para o tratamento precoce da doença. Atualmente, o diagnóstico de Alzheimer é feito, muitas vezes, tardiamente, quando os sintomas já estão avançados. Identificar o risco de Alzheimer antecipadamente pode permitir intervenções médicas mais eficazes.
A doença de Alzheimer está associada ao acúmulo de uma proteína chamada beta amilóide no cérebro, que ocorre muito antes dos primeiros sintomas aparecerem. Tradicionalmente, essa proteína é detectada através de PET scans, um método caro e disponível em poucas instalações médicas. A nova abordagem com exame de sangue oferece uma alternativa mais acessível e prática.
No estudo, os pesquisadores analisaram amostras de sangue de 474 pessoas sem Alzheimer, comparando os resultados com exames de PET scan. A combinação das proteínas beta amilóide e tau fosforilada (p-tau217) no sangue permitiu detectar a presença da beta amilóide com uma precisão superior a 90%.
Embora descobertas semelhantes já tenham sido feitas na Suécia, a pesquisa da Universidade de Tóquio confirma que o método é eficaz independentemente de raça ou etnia.
No Japão, a demência afeta aproximadamente 4,4 milhões de pessoas, número que pode aumentar para 6,5 milhões até 2060, segundo dados do governo. Mais de 60% dos casos de demência são de Alzheimer. Em resposta a essa crescente preocupação, o Ministério da Saúde do Japão aprovou recentemente o uso do lecanemab, um medicamento que retarda a progressão do Alzheimer, desenvolvido pela farmacêutica japonesa Eisai em parceria com a empresa americana Biogen.
Fonte: Japan Times