A desigualdade salarial entre homens e mulheres no Japão continua sem sinais de redução, com as mulheres ganhando em média 25% menos que os homens. Apesar dos esforços do governo para resolver o problema, a diferença ainda é significativa.
O Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar do Japão divulgou que o salário médio em abril deste ano foi de 296.884 ienes por pessoa, um aumento de cerca de 2% em relação ao ano anterior. No entanto, os salários reais, ajustados pela variação dos preços, caíram pelo 25º mês consecutivo.
Um relatório intercalar do governo sobre a disparidade salarial revelou que as mulheres japonesas recebem, em média, 74,8% do salário dos homens. Este número é maior do que a diferença observada em muitos países ocidentais. O relatório destaca que essa disparidade é alimentada por diferenças nos anos de serviço, cargos de gestão e preconceitos inconscientes que limitam o progresso das mulheres.
Apesar desse cenário desafiador, algumas empresas estão adotando medidas para promover a igualdade de gênero. O ‘Grupo Skylark’, operador da rede de restaurantes Gusto, é uma dessas empresas. Desde 2022, a organização começou a contratar mulheres para posições de tempo integral, especialmente aquelas que retornam ao trabalho após o parto e o cuidado dos filhos. Além disso, a empresa tem contratado pessoas na faixa dos 40 e 50 anos, muitas das quais são mulheres que agora têm menos responsabilidades domésticas.
Kaori Abe, de 37 anos, é um exemplo dessas iniciativas. Ela deixou seu emprego anterior para cuidar dos filhos e começou a trabalhar meio período na Gusto. Hoje, Kaori é gerente em tempo integral. “Trabalhar em tempo integral é muito valorizado”, diz ela. “Na loja onde sou gerente, quero criar um ambiente onde todos, especialmente as mulheres, possam prosperar.”
O governo japonês reconhece a necessidade de apoiar o equilíbrio entre vida profissional e pessoal e melhorar as condições dos trabalhadores não regulares para eliminar a disparidade salarial. A equipe do projeto governamental ressalta a importância de as empresas adotarem práticas que promovam a igualdade de gênero no ambiente de trabalho.
Fonte: News On Japan