O dólar americano registrou uma queda significativa nesta quinta-feira, 11, após a divulgação de dados que mostraram uma inesperada redução nos preços ao consumidor nos Estados Unidos em junho. Em contrapartida, o iene japonês teve um aumento expressivo, alimentando especulações sobre uma possível intervenção do governo japonês no mercado cambial.
Movimentos de mercado
O iene, que na semana passada havia atingido sua mínima em 38 anos frente ao dólar, subiu mais de 2% em certo momento da quinta-feira. Segundo a emissora japonesa Asahi, fontes governamentais indicaram uma possível intervenção para conter a desvalorização da moeda japonesa. No entanto, o principal diplomata de câmbio do Japão, Masato Kanda, afirmou ao serviço de notícias Jiji que não poderia confirmar se houve intervenção, mas destacou que os recentes movimentos do iene “não estavam alinhados com os fundamentos econômicos”.
A confirmação sobre uma possível intervenção só será conhecida quando o Ministério das Finanças do Japão divulgar seus dados atualizados no fim do mês.
Impacto dos dados dos EUA
Os analistas atribuem o movimento do iene a um reposicionamento no mercado após a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) mais fraco dos EUA. A expectativa de um corte de taxa pelo Federal Reserve em setembro aumentou, tornando o dólar menos atraente. A estratégia de comprar dólar e vender iene, popular devido à diferença nas taxas de juros entre os dois países, foi impactada.
Athanasios Vamvakidis, chefe global de estratégia de câmbio do G10 no Bank of America Global Research em Londres, afirmou: “Foi uma reação ao fraco IPC dos EUA e ao ajuste de posicionamento longo do mercado em USD. O USD enfraqueceu, mas mais em relação ao JPY devido ao posicionamento.”
O índice do dólar caiu 0,49%, atingindo 104,45, enquanto o dólar recuou 1,81% em relação ao iene, chegando a 158,75. Michael Boutros, estrategista técnico sênior da FOREX.com em Nova York, destacou que o dólar atingiu uma área-chave de suporte técnico em relação ao iene e precisará se manter acima desse nível para continuar sua tendência de alta desde dezembro.
Jerome Powell, presidente do Fed, afirmou esta semana que ainda não está pronto para concluir que a inflação está em uma trajetória sustentada de queda para 2%, apesar de ter “alguma confiança nisso”. A inflação inesperadamente alta no primeiro trimestre gerou preocupações sobre a durabilidade da queda nos preços.
Outras moedas
O euro subiu 0,34%, para US$ 1,0867, enquanto a libra esterlina atingiu uma máxima de quase um ano, fechando em US$ 1,2911. No mercado de criptomoedas, o bitcoin valorizou 0,72%, atingindo US$ 57.821.
Fonte: Nippon
