A população do Japão registrou seu 15º ano consecutivo de declínio, conforme dados governamentais divulgados na quarta-feira. O país perdeu mais de meio milhão de habitantes no último ano, consequência do envelhecimento da população e da baixa taxa de natalidade.
Em 2023, os nascimentos no Japão atingiram o menor número já registrado, com apenas 730 mil novos bebês. Em contraste, as mortes chegaram a 1,58 milhão, também um recorde histórico. Com isso, a população total em 1º de janeiro de 2024 era de 124,9 milhões de pessoas.
O Ministério de Assuntos Internos também reportou um crescimento de 11% no número de residentes estrangeiros, que agora somam mais de 3 milhões de pessoas. Esses residentes, que representam quase 3% da população total, estão majoritariamente na faixa etária de 15 a 64 anos, contribuindo para a força de trabalho do país.
Desafios para a juventude
Estudos revelam que os jovens japoneses estão cada vez mais hesitantes em se casar ou ter filhos. As razões para isso incluem a instabilidade no mercado de trabalho, o alto custo de vida que supera os aumentos salariais e uma cultura corporativa ainda marcada por preconceitos de gênero, que impõem grandes responsabilidades às mulheres, especialmente às mães.
O governo japonês tem destinado recursos consideráveis para tentar reverter essa tendência. No orçamento de 2024, foram alocados 5,3 trilhões de ienes para incentivar os casais jovens a terem mais filhos, incluindo subsídios para creches e educação. Além disso, planeja-se gastar 3,6 trilhões de ienes por ano em incentivos fiscais nos próximos três anos.
Especialistas, no entanto, apontam que essas medidas beneficiam principalmente casais que já têm ou planejam ter filhos, sem abordar adequadamente o crescente número de jovens que optam por não se casar.
Projeções
As previsões indicam uma queda significativa na população do Japão, que pode reduzir para cerca de 87 milhões até 2070. Nesse cenário, espera-se que quatro em cada dez pessoas tenham 65 anos ou mais.
Fonte: Kyodo News