Com o fim da estação chuvosa em algumas regiões do Japão e a elevação das temperaturas, muitos aproveitam para desfrutar de cervejas geladas e churrascos ao ar livre. No entanto, o consumo de álcool durante o verão pode trazer riscos significativos à saúde. O Dr. Ryuhei So, do Okayama Psychiatric Medical Center, destaca que os casos de intoxicação alcoólica aumentam consideravelmente nos meses de julho e agosto.
Segundo o Dr. So, “o número de pessoas que são levadas às pressas para hospitais por intoxicação alcoólica aguda aumenta em dezembro, quando há muitas festas de fim de ano e outras reuniões. Mas, na verdade, julho e agosto vêm em seguida em termos de tais números”.
Em 2019, antes da pandemia, o Corpo de Bombeiros de Tóquio registrou mais de 18.000 atendimentos de emergência por intoxicação alcoólica aguda, com dezembro liderando os casos, seguido por agosto e julho. O médico ressalta que a desidratação no verão contribui para esses casos, pois as pessoas perdem líquidos rapidamente sem perceber e, ao consumir álcool, que possui efeito diurético, a desidratação se agrava. Isso aumenta a concentração de álcool no sangue, elevando o risco de intoxicação aguda.
Normalmente, quando as pessoas ingerem álcool, elas primeiro ficam embriagadas e depois começam a cambalear quando ficam muito bêbadas. Porém, um aumento repentino no teor de álcool no sangue pode fazer com que o metabolismo do álcool no fígado não consiga acompanhar, resultando em um estado de embriaguez severa de uma só vez. Segundo So, “se as pessoas desenvolverem intoxicação aguda por álcool, elas passam por condições de risco, como dificuldade para respirar e diminuição do nível de consciência, às vezes levando à morte”.
Entre os atendidos em Tóquio em 2019, quase metade tinha cerca de 20 anos, evidenciando que os jovens são particularmente vulneráveis. “Os jovens tendem a não ter consciência do que é uma quantidade e ritmo apropriados ao beber”, alerta So.
Para evitar esses riscos, é importante adotar algumas medidas preventivas. O Dr. So aconselha a evitar bebedeiras e competições sobre quem pode beber mais, além de não se deixar levar pelo ritmo dos outros. Segundo diretrizes do Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar Social, é recomendável definir a quantidade de bebida com antecedência, comer antes e durante o consumo de álcool, e tomar água ou água com gás enquanto bebe. No verão, é crucial não beber álcool com o objetivo de se manter hidratado.
Consumir grandes volumes de álcool em uma única ocasião pode desencadear intoxicação alcoólica aguda e aumentar o risco de ferimentos por quedas ou outros acidentes. A ingestão de 60 gramas ou mais de álcool puro em uma ocasião de bebida é considerada “bebida pesada única” e deve ser evitada. Essa quantidade corresponde a cerca de três latas de 500 ml de cerveja com 5% de teor alcoólico ou um pouco mais de duas latas de 500 ml de coquetéis “chuhai” com 7% de teor alcoólico.
Se alguém apresentar sintomas de intoxicação alcoólica aguda, é essencial agir rapidamente. Deve-se verificar se a pessoa está apenas dormindo ou inconsciente e, caso não responda a estímulos como beliscões ou chamadas, é necessário chamar uma ambulância imediatamente. “No verão, pessoas que vão para casa depois de beber muito e dormem sem ligar o ar condicionado podem desenvolver insolação e até rabdomiólise, na qual as células musculares se tornam necróticas”, adverte So.
Fonte: Mainichi
