Uma pesquisa recente da Global Power revelou que menos da metade dos trabalhadores estrangeiros no interior do Japão deseja permanecer nessas áreas, destacando um problema crítico que precisa ser abordado antes da implementação de um novo sistema de treinamento de trabalhadores estrangeiros em 2027.
Pesquisa da Global Power
A Global Power, operadora do site de recrutamento NINJA, analisou os dados de 42.000 usuários registrados até maio, focando nos endereços atuais e nos locais de emprego desejados. A pesquisa mostrou que uma grande parcela dos trabalhadores estrangeiros está inclinada a se mudar para grandes centros urbanos em busca de melhores oportunidades.
Segundo o levantamento, Tóquio é a preferência principal, com 51,7% dos trabalhadores desejando continuar na capital. Outras prefeituras com alta retenção incluem Fukuoka (51,5%), Aichi (49,6%) e Osaka (48,8%). Por outro lado, prefeituras como Shimane (9,4%), Kochi (15,4%) e Tokushima (15,9%) enfrentam grandes dificuldades para manter seus trabalhadores estrangeiros.
Yuji Shinohara, vice-presidente da Global Power, explicou que os talentos estrangeiros são atraídos por grandes cidades devido aos salários mais altos e às melhores oportunidades de emprego. Esse fenômeno apresenta um desafio para as áreas rurais do Japão, onde o declínio populacional é mais pronunciado.
Sistema de visto e estagiários técnicos
Atualmente, trabalhadores com vistos específicos, como “engenheiro ou especialista em humanidades/serviços internacionais” e “trabalhador qualificado especificado”, podem mudar de emprego livremente. Entretanto, estagiários técnicos, que somam 410.000, não podem mudar de emprego nos primeiros três anos, o que os torna uma escolha popular para empresas rurais que buscam estabilidade na força de trabalho.
A dependência de estagiários técnicos é particularmente alta em prefeituras como Miyazaki (59,8%), Ehime (53,1%) e Kochi (52,7%). Esses números indicam uma grande vulnerabilidade dessas regiões à mudança iminente no sistema de treinamento.
O novo sistema de “treinamento e emprego” permitirá que estagiários técnicos mudem de emprego após um a dois anos. Para evitar um êxodo em massa para as grandes cidades, as empresas locais precisarão implementar estratégias eficazes, como melhorar os salários, as condições de trabalho e oferecer oportunidades para aprendizado da língua japonesa.
Fonte: Mainichi