Os Estados Unidos anunciaram um plano para reestruturar suas forças militares no Japão, aprofundando a cooperação em defesa com o país asiático. A iniciativa visa modernizar a aliança diante de crescentes ameaças à segurança na região.
O anúncio foi feito pelo secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, e pelo secretário de Estado, Antony Blinken, juntamente com seus colegas japoneses, Minoru Kihara e Yoko Kamikawa, durante uma reunião em Tóquio. Em declaração conjunta, eles destacaram a “coerção política, econômica e militar” da China como o maior desafio estratégico na região Ásia-Pacífico.
A medida marca a mudança mais significativa nas forças dos EUA no Japão em 70 anos. As forças serão “reconstituídas” como um quartel-general de força conjunta, facilitando uma cooperação mais profunda em operações bilaterais conjuntas, tanto em tempos de paz quanto em situações de contingência. Austin descreveu a decisão como histórica, afirmando que fortalecerá a capacidade combinada de dissuasão e resposta ao comportamento coercitivo no Indo-Pacífico.
A reconfiguração ocorre em um momento de tensão na Ásia, com a China sendo vista como cada vez mais assertiva em suas reivindicações territoriais. A Coreia do Norte continua seu programa de armas ilegais, enquanto ambos os países estreitam laços com a Rússia em meio à guerra na Ucrânia. A China, frequentemente citada na declaração conjunta, foi mencionada por suas “tentativas de mudar unilateralmente o status quo” no Mar da China Oriental e suas atividades provocativas no Mar da China Meridional. A declaração também condenou o apoio da China à Rússia.
A reestruturação militar dos EUA no Japão deve aumentar as tensões com Pequim, que acusa Washington de fomentar uma mentalidade de bloco semelhante à da Guerra Fria. No entanto, Blinken afirmou que a aliança entre EUA e Japão é mais forte do que nunca e continuará a ser sustentada independentemente dos resultados eleitorais em ambos os países.
O anúncio foi seguido por uma reunião trilateral entre os chefes de defesa dos EUA, Japão e Coreia do Sul, a primeira do tipo em Tóquio. Os três países se comprometeram a fortalecer a cooperação para deter ameaças nucleares e de mísseis da Coreia do Norte, formalizando um acordo que reafirma a natureza inabalável da nova era de cooperação trilateral.
Fonte: CNN