O Ministério da Saúde do Japão está prestes a aprovar um novo medicamento para Alzheimer, após um painel do ministério apoiar a medida na última quinta-feira. O donanemab, desenvolvido pela farmacêutica norte-americana Eli Lilly, será o segundo medicamento aprovado no Japão para tratar a doença neurodegenerativa.
Donanemab é projetado para remover beta-amiloide, uma proteína anormal que se acumula no cérebro de pacientes com Alzheimer, ajudando a retardar a progressão da doença. O medicamento é direcionado a pacientes com Alzheimer de início precoce e, em testes experimentais iniciais, mostrou-se eficaz em retardar o declínio cognitivo em 35%, em comparação com um placebo. Nos Estados Unidos, foi aprovado para produção e venda pela Food and Drug Administration (FDA) em julho.
A empresa farmacêutica solicitou a aprovação no Japão em agosto passado. O painel do Ministério da Saúde aprovou o medicamento com a condição de que sejam coletadas informações sobre o histórico de todos os pacientes que tomarem o medicamento e que eles sejam monitorados para garantir a segurança e a eficácia do donanemab.
Nos Estados Unidos, o custo do medicamento é de US$ 32.000 (¥ 4,8 milhões) para um suprimento de 12 meses, enquanto o preço no Japão ainda não foi determinado.
A aprovação do donanemab segue a do lecanemab, um medicamento desenvolvido pela farmacêutica japonesa Eisai e pela empresa norte-americana Biogen, que foi aprovado em setembro passado e está disponível desde dezembro.
Enquanto pacientes que usam lecanemab precisam receber a medicação a cada duas semanas, donanemab pode ser administrado uma vez por mês. Além disso, o tratamento com donanemab pode ser interrompido uma vez que a quantidade de beta-amiloide no paciente diminua.
A aprovação ocorre em um momento crítico, já que o número de pacientes com demência no Japão continua a aumentar. Um relatório do governo estima que até 2040 quase 6 milhões de pessoas — cerca de 15% das pessoas com mais de 65 anos — terão a doença, ante 4,4 milhões em 2022.
O mesmo relatório estima que o número de pessoas com sintomas mais leves de demência, como comprometimento da memória, poderá chegar a 6,13 milhões até 2040. Até recentemente, os tratamentos para Alzheimer focavam principalmente no alívio dos sintomas. Porém, com a introdução de medicamentos como lecanemab e donanemab, os pacientes têm mais opções para iniciar o tratamento mais cedo e retardar a progressão da doença.
Fonte: Japan Times