O Ministério da Saúde do Japão está avaliando expandir a disponibilidade da primeira pílula abortiva aprovada no país, a Mefeego. Atualmente, a administração do medicamento é restrita a hospitais com capacidade para internação. No entanto, o ministério estuda permitir que clínicas ambulatoriais, sem instalações para internação, também possam utilizá-la, desde que ofereçam atendimento 24 horas e coordenem com hospitais para emergências.
Essa mudança está sendo considerada após uma pesquisa nacional que não apontou complicações graves desde a aprovação da pílula em abril do ano passado. O Ministério da Saúde pretende discutir a proposta com seu painel de especialistas.
Desenvolvido pela farmacêutica britânica Linepharma, o pacote de pílulas Mefeego é utilizado para interromper gestações de até nove semanas. O tratamento consiste em tomar dois tipos de pílulas com um intervalo de 36 a 48 horas.
Enquanto alguns países permitem o uso do medicamento em casa, no Japão, as pacientes precisam permanecer no hospital até que o aborto esteja completo. Essa política foi adotada como precaução devido à falta de experiência do país com o medicamento.
Uma pesquisa do governo analisou cerca de 36.000 abortos realizados entre maio e outubro do ano passado em 2.096 instalações no Japão. A pílula Mefeego foi utilizada em 435 casos, com 39 resultando em abortos cirúrgicos devido à interrupção incompleta. Importante destacar que não foram relatadas complicações graves, como sangramento intenso ou reações alérgicas severas.
Com a nova proposta, as pacientes poderão retornar para casa sem necessidade de internação, desde que residam a até 16 quilômetros da clínica e possam retornar para um acompanhamento dentro de uma semana para confirmar o aborto.
Atualmente, o número de clínicas que oferecem a pílula Mefeego varia conforme a região. “Ao expandir o acesso a este medicamento, pretendemos oferecer mais opções não cirúrgicas e garantir acesso igualitário ao atendimento ao aborto em todo o país”, afirmou um funcionário do Ministério da Saúde.
Fonte: Japan Times