O governo japonês, através da Autoridade Nacional de Pessoal, apresentou uma proposta que prevê um aumento de 2,76% nos salários dos servidores públicos em cargos gerais no próximo ano fiscal. Este reajuste representa a maior alta em quase 30 anos, sinalizando uma tentativa de reduzir a crescente diferença salarial entre o setor público e o privado no Japão.
A proposta inclui uma elevação média de 11.183 ienes nos salários mensais, uma medida considerada necessária para reter e atrair talentos, especialmente num cenário onde as empresas privadas têm ajustado seus salários em resposta ao aumento do custo de vida. Além disso, para os recém-formados do ensino médio e universitário, o governo sugere um incremento ainda mais significativo nos salários iniciais, com aumentos que superam 20.000 ienes.
Outro ponto relevante da proposta é o aumento dos bônus, que passariam a ser calculados em 4,60 meses de salário, um acréscimo de 0,10 mês em relação ao valor atual. Essa revisão salarial seria a terceira consecutiva, destacando um esforço contínuo do governo para melhorar as condições dos trabalhadores do setor público.
Funcionários de governos locais também devem ser beneficiados, com expectativas de que os aumentos sejam estendidos a essas esferas. Caso a proposta seja aprovada, o salário médio anual dos servidores em cargos administrativos poderá atingir 6.916.000 ienes, um salto de 228.000 ienes.
Essa movimentação ocorre em um momento em que as grandes empresas japonesas registram um aumento salarial médio superior a 5%, o maior desde 1991, impulsionado pelo aumento dos preços de bens essenciais, como energia e alimentos.
A proposta também visa modernizar o sistema de remuneração dos servidores, sugerindo uma revisão completa pela primeira vez em uma década. O objetivo é premiar mais generosamente os servidores que apresentam desempenho de destaque em suas funções.
Além disso, a proposta inclui mudanças nos subsídios familiares. A ideia é eliminar gradualmente os subsídios conjugais até 2026 e, ao mesmo tempo, aumentar o subsídio por filho de 10.000 para 13.000 ienes por mês. Outra sugestão é dobrar o teto dos subsídios de deslocamento, que incluem despesas com transporte, de 75.000 ienes para 150.000 ienes mensais, beneficiando servidores que precisam percorrer grandes distâncias devido às suas responsabilidades familiares.
Fonte: Japan Today