A taxa de desemprego no Japão registrou um leve aumento em julho, subindo para 2,7% em comparação aos 2,5% do mês anterior, marcando a primeira alta em cinco meses. Esse aumento é atribuído a um maior número de trabalhadores que deixaram seus empregos em busca de melhores condições de trabalho, conforme mostram os dados divulgados pelo Ministério de Assuntos Internos e Comunicações na última sexta-feira.
Segundo o relatório, o número total de pessoas empregadas caiu 0,3%, totalizando 67,66 milhões, enquanto o número de desempregados aumentou 6,3%, chegando a 1,87 milhão. Especificamente, 70.000 pessoas, ou 9,5%, deixaram seus empregos voluntariamente em busca de oportunidades mais atrativas, como salários mais altos e mais benefícios. Em contraste, o número de demissões caiu em 10.000, ou 2,2%.
Um representante do ministério descreveu essa tendência como um “desemprego positivo”, já que reflete a busca por melhores condições de trabalho em um mercado de trabalho ainda considerado apertado. “O mercado de trabalho continua favorável, e acreditamos que essas pessoas não permanecerão desempregadas por muito tempo”, comentou.
Tradicionalmente, o mês de julho registra um aumento no número de pedidos de demissão, três meses após o início do ano fiscal japonês em abril, quando muitos novos contratados começam a trabalhar. Esse período permite que trabalhadores insatisfeitos comecem a procurar melhores oportunidades após alguns meses no emprego atual.
Esse movimento em busca de melhores condições ocorre em um contexto econômico desafiador, com as famílias japonesas enfrentando o aumento do custo de vida devido à fraqueza do iene, que elevou os preços de importações, especialmente de alimentos e energia.
Apesar do aumento no desemprego, a taxa de disponibilidade de empregos subiu pela primeira vez em quatro meses, atingindo 1,24, o que significa que havia 124 vagas disponíveis para cada 100 candidatos. O setor acadêmico e o de telecomunicações foram os que mais ofereceram vagas, com aumentos de 7,4% e 6,6%, respectivamente, em comparação ao ano anterior. Por outro lado, setores como educação e manufatura apresentaram quedas nas ofertas de emprego, com diminuições de 5,1% e 2,9%, respectivamente.
O economista sênior da Mizuho Research & Technologies Ltd., Saisuke Sakai, alertou para os desafios futuros, destacando que, apesar de o mercado de trabalho permanecer forte, o aumento dos custos trabalhistas e a fraqueza do iene têm levado ao crescimento das falências, o que pode, eventualmente, afetar a demanda por mão de obra.
Fonte: Mainichi