O índice Nikkei, um dos principais indicadores do mercado de ações japonês, caiu mais de 4% nesta quarta-feira (4), refletindo a terceira maior queda do ano. O motivo principal foi a divulgação de dados de manufatura mais fracos do que o esperado nos Estados Unidos, o que reacendeu temores sobre uma possível desaceleração da maior economia do mundo.
O índice Nikkei 225 encerrou o dia com uma queda de 1.638,70 pontos, ou 4,24%, fixando-se em 37.047,61 – o nível mais baixo desde 15 de agosto. O índice mais amplo, Topix, também registrou uma queda significativa, de 3,65%, fechando a 2.633,49 pontos.
Setores mais afetados
Todos os setores do Prime Market de Tóquio, que inclui as principais empresas de capital aberto do país, apresentaram perdas. Os setores de mineração, metais não ferrosos e corretoras de valores foram os mais impactados pela queda generalizada.
Além disso, grandes empresas de tecnologia, como Tokyo Electron e Advantest, viram seus papéis despencarem após a desvalorização das ações de empresas de tecnologia nos Estados Unidos, incluindo a Nvidia, um dos gigantes do setor.
A queda nas ações japonesas também gerou impacto no câmbio. O dólar americano foi cotado a cerca de 145 ienes, uma leve queda em comparação aos dias anteriores. Esse movimento foi impulsionado pela busca dos investidores por ativos de refúgio seguro, como o iene, após o aumento da incerteza econômica.
Preocupações globais
Os dados fracos sobre a indústria manufatureira dos EUA provocaram medo de que a economia americana possa estar entrando em um período de “estagflação” – um cenário de crescimento econômico lento acompanhado de alta inflação. Com isso, investidores no Japão e ao redor do mundo adotaram uma postura mais cautelosa.
Além disso, o fortalecimento do iene em relação ao dólar pressionou ainda mais as empresas exportadoras japonesas, uma vez que a valorização da moeda nacional reduz os lucros obtidos no exterior quando repatriados.
Analistas estão atentos aos próximos indicadores econômicos dos EUA, como os dados sobre o emprego, que serão divulgados na sexta-feira. Esses dados podem influenciar diretamente as decisões do Federal Reserve sobre possíveis cortes na taxa de juros.
Fonte: Mainichi
