Os salários reais no Japão aumentaram 0,4% em julho em comparação ao mesmo período de 2023, marcando o segundo mês consecutivo de crescimento, conforme dados preliminares divulgados pelo Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar Social no último dia 5. Esse aumento reflete a recuperação parcial do poder de compra dos trabalhadores, após ajustes que excluem os efeitos da inflação.
Um dos principais fatores para essa alta foi o crescimento expressivo dos bônus de verão, pagos por muitas empresas entre junho e julho. O valor médio dos salários nominais, que não considera a inflação, aumentou 3,6%, alcançando 403.490 ienes por pessoa, representando um crescimento contínuo de 2 anos e 7 meses.
Além disso, o salário base, que compõe a maior parte da remuneração mensal, subiu 2,7%, chegando a 265.093 ienes. Esse crescimento foi impulsionado pelas negociações salariais de primavera de 2024 (Shunto), que resultaram em um aumento salarial médio superior a 5%, o maior registrado em 31 anos.
Os trabalhadores em tempo integral tiveram um aumento de 3,6% em seus rendimentos, que totalizaram 529.266 ienes. Já os trabalhadores em tempo parcial viram seus salários crescerem 3,9%, alcançando 114.729 ienes. Para esses trabalhadores, o salário base por hora subiu para 1.337 ienes, com um aumento real de 0,7%.
No entanto, o Ministério alerta que a sustentabilidade desse aumento dos salários reais depende da estabilização da inflação. Com o impacto dos bônus reduzido após o verão e a persistência da alta nos preços, será desafiador mater o crescimento do poder de compra nos próximos meses.
O aumento contínuo nos salários traz algum alívio às famílias, mas a inflação ainda é uma preocupação. Caso os preços continuem a subir, especialistas indicam que o impacto positivo dos reajustes salariais pode ser limitado, o que exigirá uma vigilância maior das condições econômicas no país.
Fonte: Nikkei Asia