O aumento no número de turistas estrangeiros no Japão está impulsionando a demanda por produtos tradicionais de madeira, como as famosas placas de “ema” encontradas em templos e recipientes de arroz usados em restaurantes de sushi. Esses itens, que fazem parte da rica tradição cultural japonesa, têm atraído visitantes de todo o mundo e gerado um impacto direto no mercado de madeira do país.
No santuário Nikko Toshogu, localizado na província de Tochigi, o número de estrangeiros que compram as placas de “ema” já superou os níveis registrados antes da pandemia de Covid-19. As “ema”, que são pequenas placas de madeira onde os fiéis escrevem seus desejos e orações, se tornaram populares entre os turistas, especialmente devido à desvalorização do iene, que tornou o produto mais acessível. No santuário, as placas são vendidas por cerca de 1.000 ienes.
Esse aumento na demanda por produtos de madeira, no entanto, está pressionando o mercado de madeira no Japão. Madeiras usadas para confeccionar esses itens, em grande parte importadas da América do Norte, sofreram um aumento de preço significativo. O preço da madeira em atacadistas de Tóquio triplicou desde o período pré-pandemia, atingindo cerca de 130.000 ienes por metro cúbico.
Além das “ema”, recipientes tradicionais de madeira para arroz, conhecidos como “ohitsu”, também estão em alta entre os turistas. No Fujikura Shoten, uma loja localizada próxima ao templo Naritasan Shinshoji, na província de Chiba, os turistas estrangeiros têm comprado esses recipientes, que são usados em restaurantes de sushi, com preços variando entre 20.000 e 30.000 ienes. Segundo Ken Fujikura, dono da loja, as vendas quintuplicaram em comparação com o período antes da pandemia.
Fonte: Nikkei
