O número de empresas no Japão que fecharam as portas por causa da falta de funcionários atingiu um recorde de 163 no período de abril a setembro de 2024, de acordo com uma pesquisa da Teikoku Databank Ltd. Esse número representa o maior registrado desde o início da pesquisa, em 2013, e reflete o impacto das dificuldades em contratar e manter trabalhadores.
A escassez de mão de obra tem sido uma crescente preocupação no Japão, especialmente após a pandemia de COVID-19. Empresas de pequeno porte, em particular, têm enfrentado sérias dificuldades, com 80% das falências relacionadas à falta de funcionários ocorrendo em negócios com menos de 10 empregados.
Os setores da construção e logística foram os mais atingidos, representando quase metade das falências. A “crise de 2024”, como tem sido chamada, está sendo impulsionada pelas novas restrições de horas extras para motoristas de caminhão, dificultando ainda mais a contratação nesses setores.
Além disso, a indústria de restaurantes viu um aumento significativo nas falências causadas pela falta de mão de obra, passando de dois casos no ano fiscal anterior para nove entre abril e setembro de 2024.
Embora o governo japonês tenha se esforçado para promover aumentos salariais que possam aliviar a falta de trabalhadores, muitas pequenas e médias empresas não conseguem acompanhar esses aumentos, o que agrava a situação.
Em seu discurso no parlamento em outubro, o novo primeiro-ministro, Shigeru Ishiba, prometeu melhorar a produtividade e os salários, além de criar melhores condições para pequenas e médias empresas. No entanto, especialistas apontam que o sucesso depende da capacidade dessas empresas de aumentar sua receita principal para atrair e reter funcionários.
Fonte: Mainichi