O recém-empossado primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, enfrenta um cenário complicado logo no início de sua gestão. Segundo uma pesquisa de opinião divulgada pela Jiji Press, apenas 28% da população apoia o seu governo, o índice mais baixo para um início de mandato desde o ano 2000. Esse nível de aprovação coloca o gabinete de Ishiba na chamada “zona de perigo”, caracterizada por administrações com menos de 30% de apoio popular.
Embora a aprovação inicial de Ishiba seja superior aos 18,7% que seu antecessor, Fumio Kishida, obteve em setembro, o número está significativamente abaixo do esperado. Para comparação, o ex-primeiro-ministro Yoshihide Suga começou seu mandato com 51,2% de apoio, e o de Shinzo Abe, antes dele, registrou 54%.
Reação da população
Além do apoio reduzido, 30,1% dos entrevistados na pesquisa afirmaram desaprovar o governo de Ishiba. Um número ainda maior, 41,9%, disse não ter certeza se aprova ou desaprova o novo primeiro-ministro, indicando uma forte incerteza entre o público.
Shigeru Ishiba assumiu o cargo em 1º de outubro após ser eleito presidente do Partido Liberal Democrata (PLD) e substituir Fumio Kishida.
Expectativa para as eleições
Com as eleições gerais para a Câmara dos Representantes marcadas para o dia 27 de outubro, o apoio ao PLD, partido de Ishiba, está em 26,1%. O principal partido de oposição, o Partido Constitucional Democrático do Japão (PCD), tem 10,1% de preferência entre os eleitores. O Komeito, parceiro de coalizão do PLD, registrou 5,2%, enquanto o Nippon Ishin no Kai obteve 4,3% de apoio.
Quando questionados sobre a continuidade do governo, 45,3% dos entrevistados disseram esperar que o PLD permaneça no poder após as eleições, enquanto 27,5% manifestaram desejo de ver uma mudança de governo.
Motivações por trás do apoio e desaprovação
Entre os que aprovam o governo de Ishiba, 9,1% destacaram a confiança no primeiro-ministro como principal razão para o apoio. Outros 8,6% afirmaram que não há outra pessoa mais adequada para o cargo, e 4,5% mencionaram uma boa impressão pessoal de Ishiba. Por outro lado, entre aqueles que desaprovam o gabinete, 17,5% disseram que não têm expectativas em relação à nova administração, 10,1% afirmaram não confiar no primeiro-ministro e 7,9% criticaram suas políticas.
A pesquisa também revelou que 62,2% dos entrevistados não têm preferência por nenhum partido político.
O levantamento foi realizado entre os dias 12 e 16 de outubro, com 2.000 pessoas de 18 anos ou mais em todo o país. Dentre os entrevistados, 58,6% forneceram respostas válidas.
Fonte: Japan Times