Em setembro, a inflação no Japão apresentou uma desaceleração, conforme mostram os dados divulgados nesta sexta-feira (18) pelo Ministério de Assuntos Internos. No entanto, o preço do arroz, um dos alimentos mais consumidos no país, teve o maior aumento dos últimos 49 anos. O índice de preços ao consumidor (CPI), excluindo alimentos frescos, subiu 2,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Essa taxa foi inferior à registrada em agosto, que foi de 2,8%, graças aos subsídios governamentais para eletricidade e gás, que ajudaram a aliviar o custo de vida.
Apesar da desaceleração geral, os alimentos não perecíveis continuaram subindo. O arroz, que enfrenta escassez de oferta, teve um aumento de 44,7% em relação ao ano anterior, o maior desde setembro de 1975. Outros produtos também sofreram alta: o preço do chocolate subiu 9,8%, e a carne suína produzida localmente aumentou 6,7%.
O ministério destacou que o aumento nos custos de materiais e transporte é o principal responsável pela elevação dos preços dos alimentos. Enquanto os subsídios para eletricidade e gás ajudaram a conter a inflação geral, os preços de produtos de necessidade básica seguem pressionados.
Inflação ainda é uma preocupação
O índice de inflação, que exclui não só os alimentos frescos, mas também os combustíveis, permaneceu estável em 2,1% em setembro, sinalizando que a pressão sobre os preços continua. Essa métrica é considerada um indicador mais preciso da demanda interna, e sua estabilidade mostra que os aumentos de preços estão se espalhando por outros setores da economia.
Os dados divulgados fazem parte de um conjunto de informações que o Banco do Japão (BOJ) analisará em sua reunião de política monetária nos dias 30 e 31 de outubro. Embora o governo tenha adotado medidas temporárias para conter o impacto dos preços de energia, especialistas alertam que a pressão inflacionária, especialmente em itens essenciais como alimentos, pode persistir nos próximos meses.
Fonte: Kyodo News