Pedalar 3.000 km pelo Japão sozinho parece impossível para muita gente. Para o engenheiro e palestrante Nestor Freire, de 57 anos, essa é a 12ª etapa do projeto “Gira Aventura”, que ele iniciou em 2012 e que já o levou a viajar por 26 países de bicicleta, sempre de forma autossuficiente.
Durante sua travessia, Nestor carrega seus próprios equipamentos, sem contar com apoio de carros ou equipes, e se apoia na ajuda de pessoas que encontra pelo caminho.
O projeto
Desde os 22 anos, Nestor pedala. O que começou como um hobby evoluiu para algo muito maior em 2012, quando ele criou o projeto “Gira Aventura”. Inicialmente, ele viajava para se desafiar e documentar suas experiências, mas, com o tempo, isso se transformou em uma missão pessoal e profissional. “Viajar de bicicleta é uma lição constante sobre resiliência, planejamento e convivência com o inesperado”, comentou.
Em 2017, ele profissionalizou o projeto, passando a dar palestras sobre suas experiências, inspirando pessoas ao redor do mundo com suas aventuras.
Primeira vez no Japão
O Japão sempre esteve no radar de Nestor. Em seu planejamento inicial, feito em 2012, ele já havia traçado o país como um destino a ser explorado, mas foi somente 12 anos depois que ele conseguiu realizar essa etapa.
“Este país me fascina, e minha primeira impressão foi de um contraste enorme entre modernidade e tradição. É um lugar único, onde a tecnologia convive com aspectos culturais muito antigos”,disse.
Logística e planejamento
Cada etapa da viagem é meticulosamente planejada. Nestor cria uma planilha com os locais que pretende passar e ajusta o planejamento à medida que recebe novas informações. “O planejamento começa um ano antes da viagem e vai sendo ajustado até a data de partida”, revela.
Mesmo com todo o planejamento, o ciclista já enfrentou imprevistos. “Passei por situações complicadas com o clima e a comunicação. Algumas áreas do Japão não têm internet, o que dificulta o uso de tradutores ou a comunicação com minha equipe de apoio”, conta.
O brasileiro também explica que, ao contrário do que muitos pensam, o maior desafio de uma viagem como essa não é físico. “A viagem de bicicleta é 70% mental e 30% físico”, comenta. Para ele, a preparação mental é o que realmente faz a diferença ao lidar com as adversidades, como o clima, o terreno e as condições imprevistas. “Você pode treinar o físico, mas a parte mental só se aprimora vivendo a experiência”, destaca.
O apoio de outro brasileiro no Japão
Durante sua viagem, Nestor tem recebido apoio de Diego Cipriano, um brasileiro que mora no Japão há 17 anos. Diego, de 39 anos, é ciclista e tem ajudado Nestor a entender melhor o país e ajustar a rota. “O Diego me deu um suporte enorme, principalmente com informações locais. Isso faz toda a diferença em uma viagem desse tipo”, comenta.
Diego, de 39 anos, que foi ciclista profissional no Brasil, começou a praticar ciclismo no Japão e, em 2019, iniciou o projeto “Trip Cycle”, no qual compartilha suas pedaladas e viagens pelo país com seus seguidores nas redes sociais. “Conhecer o Nestor foi uma surpresa muito boa. Nossos projetos são parecidos, ambos focados em viagens e nas conexões com as pessoas, só que ele roda o mundo e eu exploro o Japão”, explica Diego.
Ele destaca que sua experiência no Japão tem sido de muito aprendizado e que o ciclismo o ajudou a integrar melhor a rotina puxada dos japoneses com a necessidade de manter a saúde física e mental. Além disso, Diego lidera o maior grupo de ciclistas brasileiros no Japão, o CCJ, que promove eventos e incentiva a prática do esporte no país.
A jornada continua
Com muito ainda pela frente, Nestor segue pedalando em direção ao sul do Japão. Destinos como Kyoto, Hiroshima e Okinawa ainda estão no roteiro. Mas, mais do que os lugares, o que realmente o motiva são as pessoas que encontra. “Quando pedalo, não penso só no destino. Penso nas pessoas que vou conhecer, nas conversas que terei. Isso é o que realmente importa”, diz.
Para Diego, a meta é continuar promovendo o ciclismo no Japão, tanto entre brasileiros quanto entre outras nacionalidades. “A prática do ciclismo é transformadora. Eu já vi pessoas que mudaram completamente sua vida e saúde ao começar a pedalar”, afirma.
Conselhos para brasileiros
Com a popularidade de suas viagens nas redes sociais, Nestor espera inspirar outras pessoas a saírem de suas zonas de conforto. “Todo mundo deveria buscar um desafio na vida. Sair da zona de conforto é fundamental para o crescimento pessoal”, incentiva.
Para quem sonha em realizar algo similar, Nestor é direto: “Apenas comece”. Ele acredita que o maior inimigo de qualquer projeto é o medo e as desculpas que as pessoas criam para não agir. “O medo é natural, mas você só descobre o seu verdadeiro potencial quando começa a agir”, aconselha.
A jornada de Nestor Freire pelo Japão pode ser acompanhada através de suas redes sociais, onde ele compartilha suas experiências e inspira pessoas ao redor do mundo a buscar novas aventuras.
Para conhecer o projeto CCJ – Ciclistas e Corredores no Japão do Diego, clique aqui ou acompanhe pela rede social .
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