A polícia japonesa está alertando sobre um aumento nos golpes de reembolso envolvendo aplicativos de pagamento digital, como o PayPay, e sites falsos de descontos. Esses golpes, que têm se espalhado por todo o país, levam as vítimas a transferir dinheiro acreditando estar recebendo um reembolso legítimo.
Em um caso recente, uma mulher de Tóquio foi enganada ao tentar recuperar um pagamento de ¥15.000 que fez por um “ingresso para encontro com um ídolo” em um site de compras com preços baixos. Após o pagamento, ela recebeu um email informando que o produto estava fora de estoque e que o reembolso seria feito exclusivamente via PayPay.
Durante o processo, o suposto representante do site instruiu a vítima a inserir códigos como “69985” e “79998” no aplicativo, alegando que eram para “autenticação”. No entanto, esses códigos eram, na verdade, valores que ela acabou transferindo aos golpistas, totalizando cerca de ¥250.000. Posteriormente, ela foi direcionada a um site de banco online, onde inseriu outro “código de reembolso”, o que resultou em uma perda adicional de ¥9,8 milhões.
A Agência Nacional de Assuntos do Consumidor registrou os primeiros casos deste golpe em março de 2023. Desde então, mais de 4.000 queixas foram feitas por consumidores em todo o Japão até o final de julho de 2024.
Como os golpes funcionam
Os golpistas usam aplicativos de pagamento eletrônico para enganar as vítimas, aproveitando-se da popularidade de plataformas como o PayPay, que está envolvido em mais de 90% dos casos relatados. A maioria das fraudes começa com uma mensagem via email ou Line, oferecendo um reembolso que só poderia ser processado eletronicamente, o que é um alerta para os consumidores, segundo a polícia.
As mensagens e comunicações enviadas pelos golpistas frequentemente apresentam erros de linguagem, indicando o uso de tradutores automáticos, e as vítimas que conversaram por telefone com os golpistas relataram dificuldades com o idioma japonês. A polícia suspeita que os golpes sejam coordenados por uma quadrilha internacional e já iniciou uma investigação para rastrear os envolvidos.
A polícia e as autoridades de defesa do consumidor recomendam que os usuários desconfiem de qualquer pedido de reembolso via pagamento eletrônico e que evitem inserir códigos ou valores sem verificar a procedência do contato. Além disso, orientam a não realizar transferências eletrônicas sem confirmação direta com o provedor do serviço.
Fonte: Japan Times