Nissan Motor Co. informou nesta quinta-feira que vai cortar 9 mil empregos, representando cerca de 7% de sua força de trabalho, e reduzir a capacidade de produção global em 20%. A decisão ocorre em resposta ao fraco desempenho de suas operações nos Estados Unidos e na China.
A montadora japonesa, conhecida por modelos como o elétrico Leaf e o SUV Ariya, planeja diminuir sua capacidade de produção de 5 milhões para cerca de 4 milhões de veículos. Além disso, a Nissan anunciou que venderá parte de sua participação na Mitsubishi Motors Corp., da qual detém cerca de 34%.
Os resultados financeiros da primeira metade do ano fiscal, encerrada em setembro, mostram um cenário desafiador para a empresa. O lucro líquido caiu 93,5%, totalizando 19,22 bilhões de ienes (aproximadamente US$ 125 milhões). O lucro operacional teve uma queda de 90,2%, atingindo 32,91 bilhões de ienes, enquanto as vendas caíram 1,3%, somando 5,98 trilhões de ienes.
Diante desse cenário, a Nissan revisou suas previsões para o ano fiscal de 2024, projetando agora um lucro operacional de 150 bilhões de ienes, uma redução significativa em relação aos 500 bilhões de ienes previstos em julho. A estimativa de vendas também foi revisada para 12,7 trilhões de ienes, abaixo dos 14 trilhões de ienes anteriores. A empresa afirmou que não consegue prever o lucro líquido devido aos esforços de reestruturação em andamento. Antes, a previsão de lucro líquido era de 300 bilhões de ienes.
As dificuldades da Nissan são reflexo de desafios no mercado americano, onde precisou oferecer incentivos maiores às concessionárias para enfrentar a forte concorrência. Na China, as vendas também foram prejudicadas pela competição com fabricantes locais que oferecem veículos elétricos a preços mais acessíveis. Além disso, a ausência de modelos híbridos da Nissan nos EUA dificultou as vendas em um mercado onde esses veículos vêm ganhando popularidade.
“Os resultados de vendas dos nossos modelos principais não atingiram o nível esperado”, afirmou o CEO da Nissan, Makoto Uchida, durante uma coletiva de imprensa. “O ambiente de mercado tornou-se extremamente desafiador.”
A empresa também reduziu sua meta global de vendas para o ano fiscal, de 3,65 milhões para 3,4 milhões de veículos. Como parte das medidas de responsabilidade, Uchida anunciou que cortará 50% de seu salário temporariamente.
Fonte: Kyodo News