A Comissão de Comércio Justo do Japão (JFTC) realizou uma operação na sede da Amazon Japan em Tóquio nesta terça-feira, 26, suspeitando que a empresa violou leis antimonopólio ao impor cortes de preços considerados abusivos aos vendedores que utilizam sua plataforma de e-commerce.
Segundo fontes próximas à investigação, a Amazon Japan teria pressionado vendedores a reduzir os preços de seus produtos como condição para serem exibidos de forma privilegiada no sistema “Buy Box”. Esse recurso destaca determinados produtos como a opção preferencial em uma página de vendas, tornando-os mais visíveis para os consumidores. Além disso, há relatos de que a empresa exigiu preços “competitivos” em relação a outras plataformas de comércio eletrônico, ameaçando retirar produtos que não se enquadrassem nessas condições.
Para ter acesso ao destaque no “Buy Box”, os vendedores também eram supostamente obrigados a utilizar serviços internos da Amazon, como logística e processamento de pagamentos. A JFTC suspeita que essas práticas tenham como objetivo aumentar a competitividade da Amazon em detrimento da autonomia dos vendedores.
Histórico de investigações
A Amazon Japan já enfrentou investigações semelhantes no passado. Em 2016 e 2018, a empresa foi acusada de práticas que violavam a legislação antitruste do Japão. A atual operação reflete uma intensificação na fiscalização de grandes empresas de tecnologia, com foco em possíveis abusos de posição dominante.
A JFTC planeja recolher mais informações diretamente de vendedores no Japão para aprofundar a investigação. A prática de impor condições comerciais restritivas, utilizando a posição dominante de mercado, é considerada uma violação das leis de concorrência no país.
Fiscalização global
Além do Japão, a Amazon tem enfrentado pressão de órgãos reguladores nos Estados Unidos e na Europa. Recentemente, a Comissão Federal de Comércio dos EUA entrou com uma ação judicial contra a empresa, acusando-a de comportamento monopolista.
A Amazon Japan ainda não comentou oficialmente sobre a investigação.
Fonte: Kyodo News