A aprovação do gabinete do primeiro-ministro Shigeru Ishiba caiu 1,9 ponto percentual em dezembro, atingindo 26,8%, de acordo com uma pesquisa realizada pela Jiji Press. Essa é mais uma indicação de que o governo continua em uma “zona de perigo”, com a aprovação abaixo de 30% desde meses anteriores, incluindo o período de seu antecessor, Fumio Kishida.
O levantamento, feito com eleitores maiores de 18 anos, mostrou também um aumento na taxa de desaprovação, que subiu para 41,3%, um crescimento de três pontos em relação ao mês anterior. Entre os principais motivos apontados por quem desaprova o gabinete estão a falta de confiança em Ishiba (15,8%) e a percepção de falta de liderança (14,9%).
Debates sobre doações políticas e cenário político instável
O governo enfrenta dificuldades no parlamento para aprovar leis, já que o Partido Liberal Democrata (PLD) e seu parceiro Komeito perderam a maioria combinada na Câmara dos Representantes nas eleições de outubro. Isso exige negociações constantes com a oposição, o que 44,1% dos entrevistados consideraram positivo, enquanto 30,1% acreditam que isso traz mais desafios.
Entre os temas em debate está a proposta de banir doações políticas de empresas e organizações, defendida por partidos da oposição, como o Partido Constitucional Democrático do Japão (CDP). A pesquisa apontou que 43,6% da população apoia o banimento, enquanto 25,2% são contra. Curiosamente, até mesmo entre os eleitores do PLD, 42,7% são favoráveis à proibição das doações.
Partidos políticos e a crise de confiança
O apoio ao PLD caiu ligeiramente, para 19,1%, enquanto o CDP também perdeu pontos, ficando com 6,7%. Outros partidos também registraram índices baixos, como o Komeito (4,3%), o Partido Democrático para o Povo (5,7%) e o Nippon Ishin no Kai (2,5%).
Entre os entrevistados que aprovam o governo Ishiba, o principal motivo mencionado foi a ausência de uma alternativa viável para o cargo de primeiro-ministro (9,8%), seguido pela confiança em Ishiba (7,4%). Por outro lado, aqueles que desaprovam destacaram a falta de expectativas em relação ao gabinete (24,8%).
Polêmicas envolvendo lideranças
A pesquisa também trouxe à tona a polêmica envolvendo Yuichiro Tamaki, líder do Partido Democrático para o Povo, que enfrenta pedidos de renúncia após um escândalo extraconjugal. Enquanto 36,3% dos entrevistados acreditam que ele deveria renunciar, 38,4% afirmam que ele pode continuar no cargo.
Já no caso de Hirofumi Yoshimura, novo líder do Nippon Ishin e governador de Osaka, 44,7% dos entrevistados demonstraram expectativas positivas para sua liderança, enquanto 25,4% se mostraram céticos.
A pesquisa foi conduzida em quatro dias, entrevistando 2.000 pessoas com mais de 18 anos. As respostas válidas corresponderam a 57,6% do total.
Fonte: Japan Times