O número de crimes relatados no Japão aumentou pelo segundo ano seguido em 2023, conforme aponta o relatório anual do governo divulgado nesta sexta-feira.
Após quase duas décadas de queda, atingindo níveis históricos entre 2015 e 2021, os crimes começaram a crescer novamente em 2022. Em 2023, foram registrados 703.351 crimes e 269.550 casos resolvidos pela polícia – aumentos de 17% e 7,7%, respectivamente, em relação ao ano anterior.
Crescimento de crimes graves e novos padrões
Os dados mostram que os casos de abuso sexual não consensual aumentaram 63,8%, totalizando 1.237 ocorrências. Já os casos de assédio indecente cresceram 29,5%. Especialistas atribuem esses aumentos à mudança na idade legal de consentimento e a um ambiente mais propício para a denúncia de crimes sexuais.
Crimes como abuso infantil, cibercrimes e violações da Lei de Controle de Cannabis atingiram níveis recordes desde o início da coleta de dados em 2000. Houve 8.232 casos resolvidos de infrações relacionadas à cannabis, um aumento de 19,5% em relação a 2022, com mais da metade dos envolvidos na faixa etária de 20 a 29 anos.
Crimes cometidos por residentes estrangeiros e visitantes também cresceram 20%, chegando a 15.541 casos resolvidos.
Foco em novos tipos de crime
Pela primeira vez, o relatório mencionou atividades como yami baito (empregos ilegais) e tokuryū (quase-gangues que operam de forma anônima e descentralizada). O governo prometeu intensificar os esforços para combater essas práticas, com análises mais detalhadas previstas para os próximos anos.
Mulheres no sistema prisional
O relatório destacou que, em 2023, as mulheres representaram pouco mais de 10% dos novos presos, mas 22,7% delas tinham 65 anos ou mais, em comparação com 13,3% entre os homens. Um estudo com 908 detentos, conduzido no segundo semestre de 2022, revelou que condições de saúde mental e doenças crônicas são mais prevalentes entre mulheres presas, muitas vezes associadas ao uso de drogas.
Fonte: Japan Times
