Nesta quarta-feira (15), o Japão completa cinco anos desde o primeiro caso confirmado de COVID-19 no país. Dados do governo indicam que mais de 70 milhões de pessoas foram infectadas pelo vírus até março de 2024, e o número de mortes relacionadas à doença chegou a 130 mil até agosto do mesmo ano.
Impacto e evolução da pandemia no Japão
Embora o número anual de mortes tenha diminuído desde o pico registrado durante a onda da variante Ômicron em 2022, a taxa de fatalidade da COVID-19 ainda é significativamente maior do que a da gripe comum. O vírus continua a se espalhar sazonalmente, principalmente durante o verão e o inverno.
Pesquisas de anticorpos realizadas em março de 2024 mostraram que cerca de 60,7% da população em 22 das 47 províncias japonesas já havia sido exposta ao vírus. Isso sugere que pelo menos 73 milhões de pessoas no Japão, com uma população total de cerca de 120 milhões, tiveram COVID-19 pelo menos uma vez.
Apesar disso, especialistas, como o professor Yuki Furuse, da Universidade de Tóquio, destacam que as vacinas eficazes e as medidas de controle implementadas ajudaram a reduzir a gravidade dos surtos. “A COVID-19 continuará a ser um desafio para a sociedade, exigindo esforços contínuos para mitigar seus impactos”, afirmou Furuse.
Desde a reclassificação da COVID-19 para a mesma categoria da gripe sazonal, em maio de 2023, o governo japonês deixou de divulgar a contagem diária de casos. Apenas 5.000 instituições médicas selecionadas relatam números, o que dificultou a avaliação precisa da disseminação do vírus.
A mudança também incluiu o fim dos subsídios para medicamentos antivirais, o que desmotivou muitas pessoas a procurar atendimento médico, mesmo em casos suspeitos de infecção.
Impactos sociais e econômicos
Além das perdas de vidas, a pandemia contribuiu para uma série de problemas no Japão, como a queda na taxa de natalidade e o aumento nos casos de suicídio. Restrições rigorosas de visitas permanecem em hospitais e casas de repouso, enquanto a retomada das atividades sociais trouxe um aumento de infecções por outras doenças, como gripe e pneumonia.
Para se preparar melhor para futuros surtos de doenças infecciosas, o Japão planeja criar uma nova organização inspirada no Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC). O órgão, que deve começar a operar em abril, terá como objetivo assessorar o governo em situações de emergência de saúde pública.
Fonte: Mainichi
