Cada vez mais restaurantes de ramen no Japão estão implementando um sistema de passe de entrada pago para controlar o fluxo de clientes e evitar longas filas. O novo modelo permite que os estabelecimentos organizem melhor o atendimento sem precisar aumentar os preços dos pratos. O custo do passe varia, mas geralmente fica em torno de 400 ienes.
O Ginza Hachigou, localizado no bairro de Ginza, em Tóquio, é um dos restaurantes que aderiram à prática. Com reconhecimento no Guia Michelin, a casa atrai tanto japoneses quanto turistas estrangeiros, que chegam a esperar por horas para provar o Regular Chuka Soba, vendido por 1.200 ienes. Antes da mudança, as filas chegavam a seis horas de espera, mesmo com a distribuição de senhas.
Desde novembro de 2023, o restaurante passou a liberar a entrada livre apenas na primeira hora de funcionamento. Depois disso, os clientes precisam comprar um passe de 500 ienes para garantir um lugar em um horário específico. A mudança tem agradado frequentadores, como um visitante de 32 anos, vindo de Hokkaido, que afirmou que pagar um valor extra para evitar a incerteza da fila faz sentido.
O gerente do Ginza Hachigou, Yasushi Matsumura, explicou que a ideia foi reduzir a espera sem elevar o preço do ramen. Além disso, o sistema ajuda a organizar a cozinha e permite acompanhar a frequência dos clientes.
A empresa TableCheck Inc., responsável pela implementação do serviço, já expandiu o modelo para cerca de 80 estabelecimentos no Japão. Além de restaurantes de ramen, casas especializadas em raspadinhas e curry também aderiram à novidade. Desde o lançamento, cerca de 200 mil passes foram vendidos. O serviço pode ser acessado pelo site ou aplicativo, permitindo que clientes escolham o horário e façam o pagamento antecipado com cartão de crédito. A plataforma está disponível em 18 idiomas, facilitando o uso por turistas.
A nova tendência, no entanto, não agrada a todos. Alguns restaurantes hesitam em cobrar um valor adicional além do preço da comida, temendo desagradar os clientes. Representantes da TableCheck argumentam que, com o crescimento do turismo, é importante que os consumidores passem a valorizar cada assento disponível, e não apenas o custo do prato.
Fonte: Mainichi