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A força de uma mãe brasileira no Japão que enfrentou o câncer de mama durante a gravidez

O câncer de mama é uma das doenças mais comuns entre as mulheres, afetando uma em cada nove no Japão, de acordo com o Ministério da Saúde. A campanha do Outubro Rosa, realizada em várias partes do mundo, visa justamente alertar sobre a importância da detecção precoce, que aumenta significativamente as chances de cura.

Rosemeire Funievo Ikeda, uma brasileira que vive em Fukui há 12 anos, sabe bem como é encarar esse desafio, e jamais imaginou que, aos 34 anos, enfrentaria o diagnóstico de câncer de mama. “Eu não tinha nenhum sintoma”, relembra ela. Em 2017, sua vida estava em uma fase especial: casada, mãe de um filho pequeno e grávida do segundo. Foi então que, de forma inesperada, ela fez uma descoberta que mudaria tudo. “Uma noite, deitada na cama, eu, meu filhinho no meio e meu marido na ponta, a minha mão foi sozinha pro meu peito. Eu escutei uma voz falar ‘câncer de mama’. Na hora, coloquei a mão e senti um caroço duro”.

Inicialmente, Rosemeire e o marido tentaram não se alarmar. “Falei pro meu marido, e ele disse: ‘não, não pode ser’. Mas eu respondi: ‘não sei, mas tenho um caroço duro no meu peito’”. Após alguns dias, sem saber exatamente o que fazer por estar grávida, ela decidiu esperar pela consulta de pré-natal para relatar o problema ao obstetra.

Desafios no diagnóstico

Quando finalmente foi ao médico, Rosemeire contou ao obstetra sobre o caroço, mas ele minimizou o problema. “Ele mal tocou e disse que não era nada”. Insatisfeita com a resposta, Rosemeire insistiu: “Eu falei, ‘tem sim’”. Após consultar também uma enfermeira, que atribuiu o caroço à amamentação e à gravidez, Rosemeire e seu marido decidiram exigir um exame mais detalhado. O obstetra então pediu que ela fosse a um hospital maior.

Foi apenas no dia seguinte, durante o ultrassom, que veio a confirmação do que Rosemeire já suspeitava. “Na hora que colocou o ultrassom no meu peito, eu vi a mancha preta deformada na tela. Eu falei, é câncer de mama”. Logo depois, ela fez uma biópsia, e o resultado apontou para um câncer de mama maligno, estágio 3. O tumor já media cerca de 2,5 cm.

Mesmo diante dessa notícia, Rosemeire não se desesperou. “Eu não chorei, não me desesperei, eu já sabia que era”, conta ela, relembrando o momento em que recebeu o diagnóstico.

A difícil escolha: gravidez e tratamento

Um dos momentos mais difíceis para Rosemeire foi ouvir que, para se tratar, teria que interromper a gravidez. “O médico me entregou os papéis para fazer o aborto e disse: ‘você vai ter que tirar o bebê’. Eu falei, ‘não vou tirar’”.

Apesar da pressão inicial para interromper a gestação, Rosemeire não desistiu. Ela orou pedindo forças e, surpreendentemente, na consulta seguinte, o médico voltou atrás. “O médico me pediu desculpa e disse que já tinha feito todo o plano de tratamento comigo grávida”.

Divulgação pessoal

Assim, em 1º de dezembro de 2017, Rosemeire foi submetida a uma mastectomia total enquanto ainda era gestante. Pouco tempo depois, em 10 de janeiro de 2018, começou a quimioterapia. “Eu fiz 4 ciclos de quimio grávida, depois parei para dar uma recuperada no corpo e fazer a cesárea”, conta Rosemeire. Sua filha nasceu de 37 semanas, e, três semanas depois do parto, ela voltou ao tratamento com quimioterapia mais forte e radioterapia.

Uma vida de fé e superação

Mesmo com o diagnóstico e o tratamento intenso, Rosemeire se manteve firme. “Conforme Deus me fez descobrir, eu pedi a Ele força para passar por tudo, e Ele me deu aquela paz que excede todo entendimento. Eu não sabia explicar como estava tão tranquila”, relata ela.

Para a brasileira, a fé foi fundamental durante todo o processo. Mesmo com todos os desafios, ela se sente grata pela chance de estar viva e ver seus filhos crescerem.

Divulgação pessoal

Hoje, Rosemeire continua em acompanhamento e segue tomando medicamentos para prevenir a volta da doença. A mãe de dois filhos compartilha sua história para inspirar outras mulheres a não ignorarem os sinais do corpo e buscarem ajuda o quanto antes. “A minha fé em Deus me manteve tranquila durante todo o processo.Perder o peito, perder o cabelo, para mim isso era o de menos. O importante era estar viva e ter meu bebê”, contou.

A importância da detecção precoce

O sistema de saúde japonês oferece um acesso relativamente fácil e rápido a exames preventivos. Em diversas regiões do país, há campanhas voltadas para exames de mamografia e ultrassonografia durante o Outubro Rosa.

O mastologista Dr. Yasuko Tanada, do Hospital Geral Toyama Nishi, em Tóquio, em conversa com a NHK, reforçou a importância do autoexame. “Adquirir o hábito de se tocar casualmente, no banho ou após aplicar sabonete, é uma forma eficaz de identificar alterações. Se notar algo, procure um médico imediatamente”, pontuou.

Divulgação pessoal

Cuidado entre as brasileiras no Japão

No Japão, as brasileiras, assim como muitas japonesas, enfrentam uma rotina de trabalho intensa que muitas vezes faz com que a saúde seja colocada em segundo plano. “Conheço muitas pessoas que têm medo de hospital ou de descobrir algo ruim. Isso é um erro. Quanto mais cedo for o diagnóstico, maiores são as chances de cura”, contou Rosemeire.

Ela acredita que muitas mulheres também evitam fazer os exames por medo de descobrir algo, o que pode atrasar o tratamento. “Eu já ouvi de várias pessoas, ‘se fosse comigo, eu já estaria deitado numa cama’”, comenta, reforçando que o psicológico tem um grande impacto na forma como a doença é enfrentada.

“A gente precisa falar mais sobre os sintomas e sobre o autoexame. Quanto mais rápido descobrir, mais fácil é de curar”, finalizou.

Mais informações para Brasileiros no Japão

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