Os preços ao consumidor no Japão subiram 2,8% em agosto em comparação com o ano passado, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (20). Esse é o quarto mês consecutivo de aceleração da inflação, que continua acima da meta de 2% estabelecida pelo Banco do Japão (BOJ). O índice de preços ao consumidor, que exclui os custos voláteis de alimentos frescos, já havia registrado um aumento de 2,7% em julho.
A inflação no Japão está em alta há mais de dois anos, impulsionada pelo aumento dos custos de matérias-primas e pela desvalorização do iene, que encarece as importações. O aumento dos preços tem afetado diretamente as famílias japonesas, especialmente em produtos alimentícios e bens de consumo, enquanto os salários não têm crescido na mesma proporção.
O Banco do Japão, que encerrou sua política de taxas de juros negativas em março e elevou as taxas de curto prazo para 0,25% em julho, tem mantido uma postura cautelosa em relação a novos aumentos. O governador do BOJ, Kazuo Ueda, já sinalizou que, se a inflação se mantiver estável acima da meta de 2%, acompanhada por um crescimento salarial, a instituição está pronta para aumentar ainda mais as taxas de juros.
Além disso, um índice separado, que exclui tanto alimentos frescos quanto combustíveis, subiu 2,0% em agosto, indicando que a pressão inflacionária no Japão não está limitada apenas aos preços de energia e alimentos, mas está se espalhando para outros setores da economia.
Especialistas, como Marcel Thieliant, chefe da Ásia-Pacífico na Capital Economics, preveem que a inflação continuará em torno de 2% nos próximos meses, o que pode resultar em um novo aumento de juros já na reunião do BOJ em outubro.
As projeções atuais do Banco do Japão indicam que a inflação deve atingir 2,5% até o fim do ano fiscal de 2025, antes de desacelerar para 2,1% no ano seguinte e 1,9% em 2026.
Fonte: Mainichi e New Asia