A inflação no Japão registrou um aumento de 3,2% em janeiro, o maior ritmo em 19 meses, devido à alta nos preços do arroz e da energia, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (21) pelo Ministério de Assuntos Internos e Comunicações.
O índice de preços ao consumidor (CPI) excluindo alimentos frescos cresceu pelo terceiro mês consecutivo, após subir 3,0% em dezembro e 2,7% em novembro. Desde abril de 2022, a inflação tem se mantido acima da meta de 2% do Banco do Japão (BOJ), um fator crucial para possíveis novos aumentos nas taxas de juros.
Arroz dispara 70,9%, maior alta desde 1971
Os alimentos processados tiveram um aumento de 5,1%, puxados pelo surto de preços do arroz, que subiu 70,9% – a maior alta desde o início dos registros em 1971. O aumento foi atribuído à escassez de oferta e aos custos elevados de produção e transporte.
Além do arroz, outros alimentos como chocolate e grãos de café também tiveram aumentos significativos, devido a problemas climáticos e custos mais altos de matéria-prima.
Energia e combustíveis pressionam inflação
Os preços da energia subiram 10,8%, acelerando em relação aos 10,1% de dezembro. Isso ocorreu após o governo reduzir subsídios aos combustíveis, impactando diretamente o preço da gasolina. Além disso, o fim do apoio financeiro às contas de energia contribuiu para o aumento.
Banco do Japão pode elevar juros novamente
O Banco do Japão aumentou sua taxa básica de juros para 0,5% em janeiro, marcando uma mudança na política monetária após uma década de estímulos. O presidente do BOJ, Kazuo Ueda, já indicou que novas elevações podem ocorrer se a inflação e o crescimento econômico seguirem dentro das expectativas.
O núcleo da inflação, que exclui energia e alimentos frescos, subiu 2,5% em janeiro, acelerando frente aos 2,4% de dezembro, o que reforça a pressão sobre a política monetária do BOJ.
Enquanto isso, os preços dos serviços cresceram 1,4%, uma desaceleração em relação aos 1,6% de dezembro, fator observado de perto pelo banco central, pois reflete os reajustes salariais no país.
Fonte: Mainichi