Cláudio de Oliveira Silva, de Marília (SP), vive no Japão há 25 anos e fez do Monte Fuji sua segunda casa. Desde 2001, ele já escalou a montanha mais de 340 vezes e hoje atua como guia, ajudando turistas e moradores a explorar o pico mais alto do Japão, que alcança 3.776 metros de altitude.
Ao chegar ao Japão, Cláudio foi atraído pela natureza e pelos templos do país. Ele relembra como tudo começou: “De onde eu morava, dava para ver o Monte Fuji mesmo a 100 km de distância. Foi amor à primeira escalada, não apenas pela montanha em si, mas também pela quantidade de pessoas reunidas com o mesmo propósito.”
Primeiros passos na escalada
A primeira subida foi um desafio para Cláudio, que não conhecia bem as trilhas. No entanto, a experiência foi marcante. “A chegada ao topo foi incrível, já que consegui ver o nascer do sol”, conta.
Desde então, ele não parou mais e chegou a escalar o Monte Fuji mais de 23 vezes em um único ano. Além de guiar turistas e amigos até o cume, Cláudio aprofundou seus estudos sobre as regras da montanha e a história da região. “Cheguei a subir até mais de 23 vezes por ano. Além de guiar e estudar muito as regras do Monte Fuji, também me tornei guia de templos para falar sobre as histórias da época feudal dos samurais da minha região.”
Segurança e riscos na montanha
Cláudio destaca que, embora o Monte Fuji não seja tecnicamente difícil de escalar, os riscos existem e devem ser respeitados. “Na minha opinião, o perigo maior do Monte Fuji, ao contrário de outras montanhas, é que ele fica muito próximo ao mar e, mesmo sendo uma escalada não tão difícil, a altitude e a mudança de tempo repentina acabam pegando muitos escaladores de surpresa, sendo a baixa temperatura, deslizamentos de pedras e o mal da montanha os maiores motivos de acidente.”
Ele explica que os guias desempenham um papel fundamental na segurança dos grupos. “A escalada acompanhada é mais segura, pois os guias sabem os pontos de descanso e respeitam as regras da montanha. Por conta do aumento no número de acidentes, agora somos obrigados a agendarmos a parada nas cabanas e não fazemos mais ‘bate e volta’.”
Conexão com o Monte Fuji
Cláudio vê o montanhismo como uma metáfora para a vida. “A prática do montanhismo e a cultura japonesa trouxeram para a minha vida a lição de que tudo na vida depende de superações, mas que elas se tornam mais fáceis quando estamos em conjunto, lutando todos por um propósito.”
Mesmo após centenas de subidas, ele continua encantado pelo Monte Fuji e pela experiência de alcançar o cume. “Cada vez que chego ao topo, sinto a mesma emoção. É algo que nunca deixa de ser especial”, finalizou.
Fonte: G1
