No Japão, o impacto do aquecimento global é uma preocupação crescente para as operações das estações de esqui. Em 2023, sete empresas que operavam essas estações decretaram falência, repetindo o recorde de 2020, ano em que a pandemia de COVID-19 também afetou severamente o turismo. A falta de neve foi a principal razão para essas falências, levando ao adiamento de aberturas de temporada e ao fechamento de partes das estações.
A qualidade da neve do Japão, conhecida como “powder snow”, atrai muitos turistas, principalmente para a região de Niseko, em Hokkaido. Essa atividade gera benefícios econômicos para a região, com hotéis e restaurantes atendendo um grande número de visitantes. No entanto, a diminuição do número de japoneses que praticam esqui e snowboard, junto com a menor quantidade de neve, representa um desafio para a operação das estações.
Em uma entrevista de junho, a atleta Sara Takanashi, medalhista olímpica em Pyeongchang 2018, comentou que, se a neve continuar diminuindo, os esportes de inverno podem se tornar eventos de verão. Situações como essa já aconteceram, como nas Olimpíadas de Inverno de 2022 em Pequim, que precisou usar principalmente neve artificial.
Dados da Agência Meteorológica do Japão mostram uma redução na profundidade da neve desde os anos 1960. Além disso, nevascas intensas e repentinas têm sido relacionadas às mudanças climáticas.
Em Hokkaido, a situação é motivo de estudo. Pesquisas realizadas por cientistas da Universidade de Hokkaido e outras instituições apontam que a continuidade do aquecimento global pode afetar não só a quantidade, mas a qualidade da neve. A previsão é que a neve se torne mais pesada e úmida, o que pode deixar a famosa “powder snow” menos comum.
Fonte: Mainichi
