Um recente aumento nos casos da “doença do quinto dia”, conhecida também como síndrome da face esbofeteada, acendeu um alerta no Japão, especialmente nas regiões do leste do país. Embora a condição geralmente seja associada a crianças, especialistas estão preocupados com os riscos que ela representa para gestantes, particularmente aquelas que não têm imunidade contra o vírus causador.
A doença é provocada pelo parvovírus B19 e caracteriza-se por uma erupção avermelhada nas bochechas, precedida por sintomas similares aos de um resfriado. Sua transmissão ocorre por meio de tosse, espirros e contato próximo, como o uso compartilhado de utensílios. Na maioria das pessoas, os sintomas são leves, mas, em mulheres grávidas, a infecção pode levar a complicações graves. De acordo com a Sociedade Japonesa de Doenças Infecciosas em Obstetrícia e Ginecologia (JSIDOG), mulheres grávidas infectadas pela primeira vez têm 6% de risco de aborto espontâneo ou morte fetal. Além disso, existe a possibilidade de o bebê desenvolver anemia severa ou hidropsia fetal, uma condição grave que pode ser fatal.
Diante desse cenário, os especialistas têm reforçado a importância de ações preventivas, especialmente para as mulheres grávidas. Higiene pessoal, como lavar as mãos frequentemente e evitar compartilhar utensílios, é uma das principais formas de conter a disseminação do vírus. Além disso, o uso de máscaras tem sido recomendado para reduzir o risco de infecção por vias respiratórias, já que o vírus pode se espalhar antes mesmo dos sintomas se manifestarem.
O Dr. Yamada Hideto, especialista no tema e membro do conselho da JSIDOG, enfatiza que a imunidade ao parvovírus B19 só pode ser confirmada por meio de testes. Ele alerta que o surto atual pode continuar crescendo até o início do próximo ano e recomenda que gestantes adotem todas as medidas preventivas possíveis para evitar a exposição ao vírus. “É impossível determinar se alguém é imune sem realizar testes, por isso a precaução é essencial”, destacou o especialista.
Fonte: NHK