15/11/2024 01:39

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Brasileiro processa hotel japonês após ser demitido por recusar hospedagem a israelense

Um ex-gerente brasileiro do Hotel Material, localizado em Quioto, deu início a um processo judicial contra a administradora do hotel, a empresa Lux, após sua demissão em julho deste ano. Segundo ele, a demissão ocorreu de forma injusta, motivada pela recusa em aceitar a hospedagem de um israelense, e o trabalhador agora busca o reconhecimento de seu vínculo formal com a empresa, além de uma compensação financeira.

Entenda o caso

Em uma coletiva de imprensa realizada na segunda-feira (11), o brasileiro relatou que, no dia 11 de junho, recebeu uma reserva de um israelense. Após analisar informações sobre o cliente nas redes sociais, o ex-gerente suspeitou que o hóspede poderia ser um militar em atividade nas forças de Israel. Ele então comunicou ao cliente que, “devido à possibilidade de crimes de guerra na Faixa de Gaza, a reserva não poderia ser aceita”.

O ex-gerente explicou que sua decisão teve como base preocupações de que hospedar esse cliente poderia representar uma espécie de apoio aos ataques em Gaza, os quais ele considera uma violação das leis internacionais. Trechos da troca de mensagens entre ele e o israelense foram divulgados nas redes sociais, e o caso rapidamente gerou repercussão.

A prefeitura de Quioto, posicionando-se sobre o ocorrido, declarou que recusar uma hospedagem com base na nacionalidade de uma pessoa configura uma violação das leis japonesas. Como resposta, emitiu uma orientação administrativa ao hotel para assegurar o cumprimento dessas normas.

Após o ocorrido, a empresa Lux, que administra o Hotel Material, solicitou que o brasileiro assinasse um termo em que se comprometia a priorizar suas responsabilidades profissionais sem influências de crenças pessoais. No documento, a empresa ainda indicava a possibilidade de transferência para uma afiliada caso o funcionário não concordasse com os termos. O brasileiro se recusou a assinar o compromisso, o que culminou em sua demissão no dia 11 de julho.

Na ação judicial apresentada ao Tribunal Regional de Quioto, o ex-gerente alega que a empresa deveria ter procurado alternativas que permitissem a continuidade de seu trabalho sem interferir em suas crenças pessoais. Em declaração durante a coletiva de imprensa, ele afirmou: “É injusto ser demitido por tentar proteger a humanidade e o direito internacional.”

O pedido judicial e a resposta da empresa

Além do reconhecimento do vínculo empregatício, o brasileiro busca uma indenização de 5,6 milhões de ienes, valor que considera referente a salários não pagos e outras compensações. Por sua vez, um representante da empresa Lux, ao ser questionado pelo jornal local Kyoto Shimbun, afirmou que considera a demissão adequada e justificável, mas preferiu não fornecer mais detalhes, citando que a empresa ainda não recebeu oficialmente a notificação do processo.

Fonte: Kyoto Shimbun

Foto: CNN

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01:39, nov 15, 2024
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