Um novo estudo revelou que o número de dias com calor extremo no Japão praticamente dobrou nos últimos cinco anos, trazendo sérios riscos para mulheres grávidas. As altas temperaturas têm aumentado as chances de partos prematuros e outras complicações durante a gestação, segundo a organização americana Climate Central, que divulgou a pesquisa na última quarta-feira (14).
O levantamento mostra que os chamados “dias de risco térmico para gestantes”, quando as temperaturas máximas superam 95% dos registros históricos de cada localidade, subiram de 18 para 33 dias por ano, em média, entre 2020 e 2024. A pesquisa analisou dados de 940 cidades em 247 países e apontou que o Japão está entre as regiões mais afetadas.
Algumas áreas do país sofreram aumentos ainda mais acentuados. Em Okinawa, por exemplo, o número de dias perigosos saltou para 42 por ano. Em Tóquio, subiu para 43, e em Kagoshima, chegou a 33. Entre as cidades com maior impacto, Osaka lidera, com 70% dos dias de risco atribuídos diretamente às mudanças climáticas. Kyoto e Kobe também tiveram altas significativas.
De acordo com especialistas, o corpo da gestante já trabalha em ritmo acelerado para manter o desenvolvimento do feto e da placenta, o que torna mais difícil a regulação da temperatura corporal. Com o calor excessivo, aumentam os riscos de desidratação, pressão alta, diabetes gestacional, rompimento precoce da bolsa, sangramentos, parto prematuro e até aborto espontâneo.
“Calor extremo é hoje uma das ameaças mais sérias para mulheres grávidas no mundo inteiro”, afirmou o médico Bruce Bekkar, especialista em saúde feminina. Ele defende que reduzir as emissões de gases poluentes não é só uma questão ambiental, mas uma necessidade urgente de saúde pública.
O professor Takeo Fujiwara, da Tokyo Institute of Science, alertou que gestantes devem evitar sair nos horários mais quentes, utilizar ventiladores ou ar-condicionado e se hidratar com frequência. Ele reforça que o calor afeta diretamente a saúde da mãe e do bebê, podendo causar baixo peso ao nascer e até malformações.
Fonte: Japan Times