10/05/2025 14:24

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Colégio do Japão decide diminuir percurso tradicional de 85 km feito pelos alunos

O Colégio Otawara, localizado na província de Tochigi, anunciou o fim da tradicional caminhada de 85 quilômetros realizada anualmente com todos os alunos. O evento, conhecido como kyoho, será reduzido para 35 quilômetros a partir deste ano. A mudança foi confirmada pela escola por falta de voluntários e por dificuldades em garantir a segurança do percurso.

O kyoho é realizado desde 1986 e representa o lema da escola: shisso kenjitsu, que significa algo como “resistência e disciplina”. Todos os alunos participavam da caminhada, que começava de manhã e seguia pela madrugada. O trajeto passava por três cidades: Otawara, Yaita e Nasu Shiobara. O percurso de 85 km era feito com pequenas paradas para descanso e alimentação, mas sem hospedagem. Os estudantes voltavam à escola ao meio-dia do dia seguinte.

Durante a pandemia de COVID-19, o evento foi suspenso entre 2020 e 2022. Em 2023, a atividade foi interrompida por causa do mau tempo. Em 2024, a escola retomou o formato completo pela primeira vez em cinco anos. No entanto, a partir deste ano, a caminhada será encurtada por decisão da direção.

O principal motivo é a falta de pessoal para acompanhar os estudantes ao longo do trajeto. Além dos professores, a escola sempre contou com apoio de pais voluntários para distribuir água, orientar o trânsito e dar suporte em caso de emergência. Com a queda no número de alunos, que já foi de mil e agora é de cerca de 570, também caiu o número de voluntários. A direção disse que não há mais como garantir a segurança em um trajeto tão longo com a estrutura atual.

Neste ano, a caminhada será feita no formato reduzido de 35 km. Ela acontecerá na próxima quinta-feira. Os alunos sairão da escola às 9h45 e caminharão até a parada de descanso Yu no Kaori Shiobara, com chegada prevista para as 16h30. O trajeto será feito totalmente durante o dia.

A escola também levou em consideração um caso grave ocorrido em 2017, quando uma avalanche matou sete alunos e um professor do clube de montanhismo durante um treinamento em Nasu. A atividade foi organizada por professores. Em março de 2024, três profissionais foram condenados por negligência, já que o risco de avalanche era previsível. A Justiça determinou pena de dois anos de prisão para os responsáveis. A direção da escola não citou diretamente o caso, mas confirmou que o episódio influenciou a revisão de segurança em eventos escolares.

Apesar da redução do kyoho, a escola mantém outras práticas rígidas. Em janeiro deste ano, com temperatura de 1,2 grau, 400 alunos participaram do kangeiko, uma atividade de corrida matinal que dura cinco dias. A prática começou com o clube de kendo da escola ainda no período Meiji, entre 1868 e 1912. O exercício começa antes do amanhecer e consiste em voltas no pátio da escola, mesmo no frio intenso. O diretor incentivou os alunos dizendo que, apesar do frio em todo o país, o espírito deles poderia aquecer o Japão. 

A vice-direção informou que a decisão de reduzir o percurso da caminhada não foi feita com alegria, mas que a escola não teve outra escolha diante das dificuldades de segurança. A mudança ainda não é definitiva, mas o retorno ao percurso de 85 km depende de um aumento no número de alunos e na participação da comunidade local.

Fonte: Asahi

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