Estudos realizados por institutos privados apontam que a economia japonesa deverá crescer de forma consistente no ano fiscal de 2025, que começa em abril. A previsão de crescimento é impulsionada principalmente por aumentos salariais e pela continuidade da alta nos preços, com empresas repassando custos maiores aos consumidores.
A expectativa é que o Banco do Japão (BOJ) continue elevando as taxas de juros, com projeções de que a taxa básica chegue entre 0,75% e 1% no próximo ano fiscal. Contudo, economistas destacam incertezas relacionadas às políticas do presidente dos EUA, Donald Trump, que assume o cargo ainda este mês, como um possível fator de risco.
Ciclo de alta nos preços e salários
Segundo Kyohei Morita, economista-chefe da Nomura Securities, o Japão caminha para uma economia “normal”, onde aumentos de preços, salários e juros se tornam rotina. Ele considera que a consolidação desse ciclo poderá justificar mais elevações na taxa de juros pelo BOJ.
O relatório do BOJ, divulgado em outubro de 2024, prevê crescimento de 1,1% do PIB japonês em termos reais no ano fiscal de 2025. Além disso, estima que o índice de preços ao consumidor, excluindo alimentos frescos, subirá 1,9%.
No entanto, especialistas esperam que o crescimento do índice de preços desacelere, ficando abaixo da meta de 2% do BOJ na segunda metade de 2025. A valorização do iene, após um período de desvalorização no último ano fiscal, deverá reduzir os custos de importação e ajudar a conter os preços.
Impactos políticos e internacionais
No cenário interno, o Japão enfrenta instabilidade política após a derrota da coalizão governista nas eleições de outubro de 2024. Isso gerou preocupação sobre possíveis impactos na confiança e nos investimentos das empresas.
No campo internacional, as políticas comerciais de Trump, incluindo aumentos tarifários e restrições à imigração, podem agravar as pressões inflacionárias nos Estados Unidos e impactar a economia global. Caso o dólar se fortaleça diante do iene, o Japão poderá enfrentar novos desafios.
Analistas alertam que retaliações comerciais, principalmente da China, podem prejudicar o crescimento econômico mundial, afetando também o Japão.
Fonte: Japan Times