Em uma visita à Comissão Temporária Externa que monitora os desdobramentos da tragédia no Rio Grande do Sul, o Embaixador do Japão no Brasil, Teiji Hayashi, anunciou a possibilidade de assistência financeira e a chegada de um especialista em deslizamento de terra para ajudar na recuperação do estado. A oferta foi feita após as fortes chuvas que devastaram a região.
Em novembro do ano passado, antes das chuvas atingirem o estado, Hayashi já havia manifestado a intenção de firmar um acordo de assistência técnica com o governo gaúcho na área de prevenção de desastres naturais. Agora, ele reforça a proposta de enviar ao estado um especialista em deslizamento de terra, que já atua no Brasil em um projeto de cooperação técnica com o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional.
“Estamos pensando em mandar esse especialista ao Rio Grande do Sul. Ouvi dizer que a área lá é montanhosa e houve vários deslizamentos de terra. Também estamos considerando assistência financeira para apoiar o estado”, afirmou Hayashi.
Visitas e audiências públicas
Na reunião desta terça-feira, a comissão aprovou a visita dos integrantes do colegiado aos municípios de Lajeado, Roca Sales e Encantado no dia 20 de junho. O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), autor do pedido, destacou que a região do Vale do Taquari foi uma das mais afetadas pelas chuvas, enfrentando desastres naturais em duas ocasiões no ano passado.
Além das visitas, a comissão aprovou dois pedidos de audiência pública. O primeiro visa discutir com o fórum das universidades públicas e institutos federais sediados no Rio Grande do Sul as contribuições que essas entidades podem oferecer neste momento. A segunda audiência abordará o deslocamento interno provocado pela tragédia.
Efeitos da tragédia
O senador Paulo Paim (PT-RS), autor do requerimento para discutir o deslocamento interno, ressaltou que, tradicionalmente, a migração forçada no Brasil tinha motivação econômica. No entanto, eventos recentes, como o rompimento da barragem de Brumadinho e as chuvas no Sul, têm mudado essa realidade. Segundo Paim, a tragédia deste ano resultará na movimentação involuntária de setores da economia e milhares de famílias.
“Muitos desses desabrigados viviam em locais completamente destruídos. Se houver outra enchente, eles serão forçados a sair novamente. A reconstrução de lares em áreas próximas ao rio é desaconselhável ou inviável, conforme informações de algumas prefeituras”, explicou Paim.
Ainda não há datas definidas para as audiências públicas aprovadas pela comissão.
Fonte: Agência Senado