Quatro meses após o devastador terremoto que atingiu a Península de Noto, empresas locais lutam para manter seus estagiários técnicos estrangeiros, uma peça chave na reconstrução e sustentabilidade econômica da região. A lenta recuperação tem afetado a decisão de muitos estagiários, provenientes principalmente do Vietnã e da Indonésia, de permanecer no país.
Situação atual
Desde o terremoto de magnitude 7,6 no dia de Ano Novo, as dificuldades incluem danos a infraestruturas e interrupções prolongadas no fornecimento de água, fatores que têm incentivado os estagiários a considerar o retorno aos seus países de origem. Uma cooperativa de pesca em Suzu, uma das áreas mais afetadas, viu três dos seus cerca de vinte estagiários indonésios retornarem recentemente ao seu país.
“Isso realmente afeta o nosso negócio, pois não esperávamos que eles desistissem”, relata um representante da cooperativa.
Desafios
Durante o terremoto, muitos estagiários enfrentaram situações de vida ou morte, o que intensificou seus temores e incertezas. A maioria buscou refúgio em montanhas próximas e centros de evacuação, lutando contra a barreira do idioma e a falta de informações claras sobre sua segurança e bem-estar.
Em resposta, diversas empresas iniciaram programas de apoio com o auxílio de intérpretes e grupos de ajuda para encorajar os estagiários a permanecer. Apesar desses esforços, muitos decidiram partir, temendo futuras incertezas.
Revisão do Programa de Estágio
O governo japonês, ciente das críticas ao programa de estágio por sua semelhança com esquemas de exploração trabalhista, iniciou reformas. Em janeiro, foi introduzida uma medida permitindo aos estagiários mudar temporariamente de local de trabalho, mas a adesão foi limitada devido à falta de informação.
Muhammad Arismon, estagiário de uma cooperativa de pesca, ainda empregado após o terremoto, agradeceu a oportunidade, mas expressou o desejo de mais flexibilidade: “Seria melhor se tivéssemos a liberdade de mudar de emprego mais facilmente,” ele observa.
Fonte: Mainichi