Todos os anos, as fortes chuvas no Japão trazem preocupações não apenas sobre inundações e deslizamentos de terra, mas também sobre impactos na saúde respiratória. Estudos recentes mostram que as chuvas extremas, cada vez mais frequentes devido às mudanças climáticas, estão associadas a um aumento na mortalidade por doenças respiratórias.
Pesquisadores descobriram que chuvas intensas, que antes eram esperadas a cada cinco ou dez anos, agora estão significativamente associadas a um aumento nas mortes por doenças respiratórias. Isso é especialmente preocupante para pessoas com asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Um estudo publicado na Nature Sustainability, que analisou 30 cidades no Leste Asiático, incluindo Sapporo, Tóquio e Osaka, revelou que chuvas intensas podem aumentar as mortes respiratórias em até 5,38 casos por 10.000 pessoas.
Os cientistas sugerem várias razões para essa ligação entre chuvas extremas e problemas respiratórios. A queda na pressão atmosférica, grandes flutuações de temperatura, aumento de poluição do ar e alta concentração de pólen são alguns dos fatores mencionados. A umidade elevada também favorece o crescimento de bactérias e fungos, que podem agravar doenças respiratórias.
O risco é particularmente alto para pessoas com mais de 65 anos, um grupo significativo no Japão devido ao envelhecimento da população. As chuvas extremas estão se tornando mais comuns no país. Em 2020, a frequência de chuvas torrenciais aumentou 2,2 vezes em relação a 45 anos atrás, segundo a Agência Meteorológica do Japão.
Para combater esse problema, instituições japonesas, como a Universidade de Quioto, estão investigando técnicas de manipulação do clima para evitar chuvas intensas. Uma das abordagens é o uso de gelo seco para perturbar as correntes de ar e vapor de água.
Além disso, o Japão enfrenta a ameaça dos “rios atmosféricos”, fenômenos meteorológicos que trazem grandes quantidades de umidade e podem causar chuvas recordes. Estudos indicam que esses rios atmosféricos já contribuíram para eventos de chuvas extremas em Hiroshima e no oeste do Japão.
Fonte: Japan Times