Um estudo internacional com cerca de 120 pesquisadores indica que as mudanças climáticas estão afetando a saúde das populações globalmente, elevando os riscos de mortes relacionadas ao calor e a propagação de doenças como a dengue.
Divulgado na revista médica britânica The Lancet, o relatório destaca que 2023 foi o ano mais quente já registrado, com um aumento significativo nas mortes por calor, especialmente entre idosos acima de 65 anos. O número de óbitos nessa faixa etária aumentou 167% em comparação aos anos 1990, um indicador preocupante à medida que as temperaturas continuam subindo.
Outro dado que chama atenção é o crescimento da dengue, uma doença transmitida por mosquitos. Nos últimos dez anos, o risco de infecção aumentou 46% em relação à década de 1960. Em 2022, mais de 80 países e regiões registraram mais de cinco milhões de casos, estabelecendo um recorde que reforça a ligação entre o aquecimento global e a disseminação de doenças tropicais.
Além do calor extremo e das doenças, as mudanças climáticas têm intensificado secas e ondas de calor, afetando a produção de alimentos e contribuindo para a insegurança alimentar em diversas regiões. Essa realidade impõe um impacto direto sobre a saúde das populações, especialmente em áreas com poucos recursos para enfrentar esses desafios.
O estudo também aponta um recorde histórico nas emissões de dióxido de carbono (CO2), atribuído em parte a subsídios e investimentos em combustíveis fósseis. Os pesquisadores recomendam que esses recursos sejam redirecionados para medidas de combate ao aquecimento global e iniciativas que protejam a saúde pública.
Fonte: NHK