Um novo estudo conduzido pela Universidade de Tóquio revelou que 1 em cada 12 trabalhadores no Japão sente-se solitário no ambiente de trabalho. A pesquisa aponta que a jornada de trabalho excessiva está diretamente ligada ao aumento da solidão, afetando a saúde mental e prejudicando a vida familiar dos funcionários.
O levantamento foi realizado em outubro do ano passado por um grupo liderado pelo professor Norito Kawakami, com a participação de cerca de 24 mil pessoas com mais de 20 anos, empregadas em empresas, organizações e repartições públicas em todo o país.
Segundo os dados, 8,3% dos entrevistados disseram sentir solidão no trabalho “quase o tempo todo”. A sensação foi mais comum entre homens, solteiros, pessoas com renda anual inferior a ¥4 milhões, e trabalhadores de setores como manufatura, agricultura, silvicultura e pesca.
A solidão no ambiente de trabalho também foi mais frequente entre quem trabalha mais de 61 horas por semana, o índice nesse grupo chegou a 15,8%, mais que o dobro em relação àqueles que trabalham 60 horas ou menos.
Outro estudo realizado pela mesma equipe em fevereiro e agosto de 2024 indicou que funcionários que se sentem solitários têm 2,4 vezes mais chances de deixar o emprego dentro de seis meses do que os que não relatam esse sentimento.
O professor Kawakami explica que, em locais com jornadas longas, há menos oportunidades de interação e comunicação, o que dificulta a criação de vínculos entre os colegas.
Ele alerta que as empresas devem agir: “É necessário adotar medidas para evitar que os trabalhadores se sintam isolados e queiram sair do emprego”, afirmou.
Fonte: Japan Times