23/11/2024 13:07

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Ex-boxeador japonês é inocentado após 46 anos no corredor da morte

Iwao Hakamada, ex-boxeador de 88 anos, foi absolvido por um tribunal no Japão nesta quinta-feira (26), depois de passar mais de cinco décadas preso, sendo 46 anos no corredor da morte. Ele havia sido condenado à morte em 1968, acusado de assassinar o chefe para quem trabalhava, sua esposa e seus dois filhos, em um crime que chocou o país na época. No entanto, novas evidências e questionamentos sobre a investigação inicial levaram à sua absolvição.

Hakamada, que trabalhava em uma fábrica de miso, foi acusado de matar a família de seu chefe e incendiar a casa em Shizuoka, no oeste de Tóquio. A polícia o prendeu depois de encontrar roupas manchadas de sangue em um tanque de miso, um ano após o crime. Durante os interrogatórios, Hakamada foi submetido a espancamentos e privação de sono por 20 dias, até que, sob pressão, assinou uma confissão. Apesar de ter retirado a confissão antes do julgamento, ele foi condenado à morte.

Ao longo dos anos, seus advogados alegaram que as roupas usadas como prova pela acusação não pertenciam a Hakamada. Testes de DNA realizados posteriormente confirmaram que o sangue encontrado nas roupas não era dele. Em 2014, Hakamada foi libertado após o tribunal de Shizuoka conceder um novo julgamento, reconhecendo que as provas contra ele poderiam ter sido manipuladas.

O julgamento foi retomado no ano passado e, nesta semana, o tribunal finalmente declarou Hakamada inocente, encerrando uma das mais longas batalhas judiciais do Japão. Sua irmã, Hideko Hakamada, de 91 anos, que lutou incansavelmente para provar a inocência de seu irmão, estava presente na audiência e se emocionou ao ouvir o veredito. “Foi uma longa luta, mas finalmente a justiça foi feita”, disse ela, chorando de emoção.

Devido ao impacto das décadas passadas no corredor da morte, Hakamada não compareceu ao tribunal, pois sua saúde mental está gravemente deteriorada. Ele vive sob os cuidados de sua irmã desde sua libertação em 2014.

No Japão, prisioneiros no corredor da morte vivem em confinamento solitário, com pouca interação externa e são avisados da execução poucas horas antes de ela ocorrer, um processo que foi amplamente criticado por organizações de direitos humanos.

O caso de Hakamada gerou grande interesse público, com cerca de 500 pessoas se reunindo em frente ao tribunal de Shizuoka no dia do veredito. Do lado de fora, apoiadores de Hakamada celebraram o veredito com gritos de “Banzai” — uma expressão japonesa de alegria e celebração.

Fonte: BBC e Uol

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13:07, nov 23, 2024
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