09/03/2025 11:53

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Explosão do turismo pós-pandemia leva cidades japonesas a adotarem taxa de hospedagem

Com o turismo em plena recuperação após a pandemia, um número crescente de governos locais no Japão está adotando impostos sobre hospedagem para financiar iniciativas voltadas ao setor e mitigar problemas decorrentes do alto fluxo de visitantes.

Uma pesquisa conduzida pelo Asahi Shimbun em janeiro revelou que 14 assembleias locais já aprovaram a implementação desses tributos para entrar em vigor a partir do ano fiscal de 2025. Entre as regiões que aderiram à medida estão Hokkaido, Hiroshima, Miyagi, Sapporo e Sendai.

Hokkaido e outras regiões apostam na nova taxa

Hokkaido, um dos destinos turísticos mais populares do país, planeja arrecadar cerca de 4,5 bilhões de ienes por ano com a cobrança de 100 a 500 ienes por noite, dependendo do custo da hospedagem.

“O número de visitantes aumentou significativamente após a pandemia, tanto do Japão quanto do exterior. Com essa taxa, queremos tornar Hokkaido ainda mais atraente e incentivar um ciclo positivo no turismo”, afirmou o governador Naomichi Suzuki em entrevista coletiva.

A cidade de Kyoto também se destaca no movimento de taxação. Em janeiro, a administração municipal anunciou um plano para elevar a alíquota máxima do imposto sobre hospedagem em até dez vezes, alcançando 10.000 ienes para acomodações que custem a partir de 100.000 ienes por noite. A receita adicional será utilizada para combater o turismo excessivo e preservar bens culturais.

Turismo bate recordes e impulsiona debate sobre impostos

A medida ocorre em um momento de forte recuperação do setor. Em 2019, o número de pernoites turísticas no Japão chegou a 596 milhões, mas despencou durante a pandemia. Em 2023, no entanto, o país registrou um recorde de 617 milhões de pernoites, segundo dados da Agência de Turismo do Japão.

Antes da pandemia, apenas oito governos locais, incluindo Tóquio, Osaka e Fukuoka, haviam instituído impostos sobre hospedagem. A crise sanitária freou novas implementações, mas a retomada do turismo reaqueceu as discussões. Atualmente, além das 14 localidades que já aprovaram a cobrança, outras 43, incluindo Okinawa e Chiba, estudam formas de introduzir a taxa.

Resistência ao imposto cresce entre empresários

Apesar da tendência de expansão, a medida encontra resistência em algumas regiões. A cidade de Nara, por exemplo, tentou retomar as discussões sobre o tributo em março, mas a proposta foi rejeitada pela assembleia municipal. O principal argumento foi o receio de que o imposto desestimule os turistas a se hospedarem na cidade, favorecendo cidades vizinhas como Osaka e Kyoto.

O setor hoteleiro também se posiciona contra a taxação em alguns locais. Empresários em Nara argumentam que a medida prejudicaria a competitividade da cidade em relação a destinos próximos. O governo da província de Shimane, por sua vez, afirmou não ter planos de adotar o imposto, temendo queda na ocupação dos estabelecimentos locais.

O governador de Shimane, Tatsuya Maruyama, criticou a tendência de ampliação do tributo. “Cidades onde há uma grande concentração de serviços turísticos estão impedindo que as pessoas fiquem nelas sem pagar taxas adicionais. Isso representa a ‘lógica dos poderosos’”, afirmou.

O futuro do imposto sobre hospedagem no Japão

As taxas sobre hospedagem são consideradas tributos não obrigatórios, criados de acordo com as necessidades de cada governo local. No entanto, sua implementação depende da aprovação do Ministério de Assuntos Internos e Comunicações, que avalia se a cobrança não impõe um ônus excessivo sobre os moradores ou prejudica o setor turístico.

Diante do crescente fluxo de visitantes e da necessidade de manter a infraestrutura turística, é provável que mais cidades japonesas sigam o exemplo de Kyoto e Hokkaido, consolidando o imposto sobre hospedagem como uma tendência permanente no país.

Fonte: Asahi

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11:53, mar 9, 2025
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