Diante do aumento constante nos preços de imóveis em Tóquio, o governo metropolitano estuda a criação de um fundo para incentivar o desenvolvimento de moradias acessíveis, com foco em apoiar a classe média. A proposta, que pode integrar o orçamento inicial do ano fiscal de 2025, visa aliviar os impactos da alta nos custos habitacionais e evitar que famílias com crianças deixem a capital japonesa.
De acordo com um levantamento do Real Estate Economic Research Institute, o preço médio de condomínios novos nos 23 bairros mais populosos de Tóquio ultrapassou ¥100 milhões. Esse cenário tem dificultado a aquisição de moradias adequadas para muitas famílias. “Estamos vendo famílias com crianças pequenas se mudando de Tóquio porque não conseguem encontrar moradias acessíveis”, declarou um representante do governo metropolitano.
Plano inspirado em modelos internacionais
A iniciativa proposta pelo governo de Tóquio segue exemplos de políticas habitacionais implementadas na Europa e nos Estados Unidos, onde fundos habitacionais ajudam a reduzir os custos para a classe média. O objetivo é oferecer apoio financeiro a empresas privadas interessadas em desenvolver moradias acessíveis, incentivando investimentos com retorno social.
O plano inclui a possibilidade de criar um modelo de negócios em que os edifícios contemplem diferentes faixas de renda. Parte das unidades seria destinada a famílias de renda média, enquanto andares superiores poderiam ser vendidos ou alugados a grupos de maior poder aquisitivo. Além disso, espaços comerciais seriam incluídos para aumentar a rentabilidade dos empreendimentos.
Preocupação com a saída de famílias de Tóquio
O governo teme que a saída de famílias em idade reprodutiva para áreas periféricas prejudique o equilíbrio demográfico e econômico da capital. Para combater essa tendência, o fundo busca criar condições habitacionais que favoreçam a permanência dessas famílias em Tóquio, garantindo maior acesso à infraestrutura da cidade.
Embora os detalhes como o valor total do fundo e a data de lançamento ainda não tenham sido definidos, a governadora Yuriko Koike, que já havia prometido fortalecer as políticas habitacionais em sua campanha eleitoral, destacou a urgência de encontrar soluções para o problema.
Fonte: Japan Times
