O governo do Japão aprovou o uso de 388,1 bilhões de ienes (cerca de 2,7 bilhões de dólares) de um fundo de emergência para ajudar a reduzir as contas de energia de famílias e empresas durante o verão. A decisão foi tomada nesta terça-feira (28) em meio à alta da inflação e ao aumento do custo de vida no país.
O subsídio faz parte de um pacote de medidas para conter os impactos econômicos das novas tarifas impostas pelos Estados Unidos. O governo americano, sob o comando do presidente Donald Trump, aplicou uma nova taxa de 25% sobre carros, atingindo em cheio a principal indústria japonesa.
Com isso, o pacote total de apoio econômico pode chegar a 2,8 trilhões de ienes, somando recursos também de prefeituras e empresas privadas.
O primeiro-ministro Shigeru Ishiba declarou que os efeitos das tarifas já são visíveis em algumas empresas, que preveem queda nos lucros neste ano fiscal. Pequenas e médias empresas, que empregam grande parte da população, têm demonstrado preocupação com o cenário.
Segundo o governo, o subsídio deverá reduzir as contas de energia das famílias em cerca de 1.040 ienes nos meses de julho e setembro, e em 1.260 ienes em agosto, quando o consumo de energia tende a ser maior por causa do calor.
Apesar disso, há críticas de que a medida tem objetivo político. A aprovação do governo Ishiba está em queda, e a eleição para a Câmara Alta (equivalente ao Senado) está marcada para o verão.
Do valor total liberado, 288,1 bilhões de ienes serão destinados para cobrir parte das contas de luz e gás encanado, e 100 bilhões de ienes para o subsídio do gás liquefeito de petróleo (GLP), muito usado em áreas rurais.
Desde 2023, o Japão já vem adotando programas de subsídios para enfrentar os altos preços da energia, consequência da guerra na Ucrânia e da desvalorização do iene, que encareceu as importações. Mais de 4 trilhões de ienes já foram usados nessas medidas desde então.
Com essa nova liberação, o fundo de emergência do governo para o ano fiscal de 2025, iniciado em abril, ainda terá 351,4 bilhões de ienes disponíveis.
Fonte: Kyodo News